Este investimento foi anunciado por António Costa no final do Conselho de Ministros em que apresentou as medidas que vão acompanhar a entrada de Portugal continental em situação de contingência a partir de terça-feira, visando travar o aumento de contágios com covid-19 na sequência da retoma da atividade, designadamente com a abertura do ano letivo e com o aumento progressivo do trabalho após as férias de verão.
Segundo o primeiro-ministro, o SNS, que tinha uma capacidade inicial de dez mil testes por dia, atingiu já os 14 mil testes dia. E, "com os investimentos previstos no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social, aumentará para mais de 21 mil testes por dia".
António Costa disse depois que os laboratórios acreditados para a realização de testes passaram de 50, em abril passado, para os atuais 102.
"Será assinado em breve um protocolo com a Fundação Francisco Manuel dos Santos e com o Instituto de Medicina Molecular que nos permitirá aumentar de forma muito significativa a capacidade de testagem já instalada. Isto é decisivo, porque, neste momento em que as escolas vão reabrir, em que as pessoas regressam ao trabalho, temos de ter a capacidade de reação a um caso suspeita", justificou.
Neste ponto, o primeiro-ministro classificou como "essencial" que exista capacidade no país para que se proceda a "uma rápida determinação dos contactos" que um cidadão infetado teve.
"É preciso que isso não conduza à paralisação de uma turma ou de uma escola inteira, ou de uma empresa inteira", salientou ainda.
Na sua intervenção inicial, António Costa defendeu que Portugal é um dos países da Europa que realiza maior número de testes por milhão de habitantes, só sendo ultrapassado pela Dinamarca, Reino Unido, Chipre e Lituânia, tendo já passado a barreira dos dois milhões de testes.
"Até 06 setembro, o número foi de 2,186 milhões de testes realizados e podemos dizer que em 08 de setembro se registou o recorde do número de testes realizado por dia com um total de 20527 testes. Isto significa que temos vindo a aumentar significativamente a nossa capacidade de testagem", sustentou o primeiro-ministro.
De acordo com o primeiro-ministro, se em maio havia quatro por cento de casos positivos por testes realizados, assistiu-se a uma trajetória descendente até meados de agosto.
"Mas, desde meados de agosto, está a aumentar a percentagem de pessoas infetadas em função dos testes realizados", acrescentou.