"Estes cinco milhões que o Ministério da Coesão Territorial coloca à disposição desta rede de centros é para que, no período crítico que estamos a viver, a nossa capacidade de testagem aumente e as metodologias e resultados sejam cada vez mais seguros", disse em Faro a governante.
A ministra explicou ainda que os cinco milhões de euros preveem de fundos europeus dos Programas Operacionais Regionais Norte 2020, Centro 2020, Lisboa 2020, Alentejo 2020 e CRESC Algarve 2020 - Programa Operacional do Algarve.
A medida "Testar" é dirigida especificamente à rede de instituições "Heróis dos Testes", constituída por 21 instituições de ensino superior, institutos de investigação e centros de estudos certificados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) para a realização de testes de diagnóstico à covid-19.
Cada entidade pode receber um apoio máximo de 300 mil euros para o seu projeto.
Falando à margem de uma visita a uma entidades envolvidas, o ABC - Algarve Biomedical Center, sediado no campus de Gambelas da Universidade do Algarve, Ana Abrunhosa realçou que a verba permitirá a essas entidades "robustecerem, melhorarem e investigarem o que toca à capacidade de testagem, metodologia de análise e outra investigação".
De acordo com o presidente do ABC, Nuno Marques, com este apoio específico, as 21 instituições envolvidas "muito facilmente chegarão, entre cada uma delas, a 300 até 600 testes/dia".
"Multiplicando pelo número de instituições, estamos a falar de um número muito significativo de testes e com uma distribuição geográfica de norte a sul, dando capacidade a todas as zonas do país", acrescentou o responsável, revelando que o ABC atingiu na quinta-feira um total de 30.500 testes realizados desde o início da pandemia.
Serão apoiadas, a fundo perdido, despesas com equipamentos científicos e técnicos, recursos humanos, registo de patentes e adaptação de edifícios e instalações para "uma maior eficácia" no combate à pandemia.
A ministra da Coesão Territorial elogiou o papel dos "Heróis dos Testes" na fase inicial da pandemia, nomeadamente na partilha de conhecimento que permitiu desenvolver a testagem e produção de zaragatoas e 'kits' de testagem e tornar Portugal "autossuficiente" nessa matéria.
"Quando começámos o período da pandemia, estávamos totalmente dependentes em zaragatoas. Estávamos a gastar milhões em importações, quando tínhamos capacidade interna para desenvolver zaragatoas e 'kits'. Nós não tínhamos nada, não produzíamos nada disto no nosso país. Graças a este grupo, 'Heróis dos Testes', hoje temos autonomia", sublinhou Ana Abrunhosa.
Inicialmente, a rede "Heróis dos Testes" foi financiada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, disponibilizando-se a trabalhar "a preço de custo laboratorial, colocando os testes à disposição por um preço entre os 35 a 40 euros cada teste", recordou Nuno Marques.