Miguel Arruda, deputado do Chega, foi alvo de buscas na terça-feira pela prática de crimes de furto qualificado e contra a propriedade. Segundo a Polícia de Segurança Pública (PSP), é suspeito de ter furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada. Face às notícias, o líder do partido, André Ventura, garantiu que vai exigir "explicações" e "exigir as mesmas regras, independentemente de ser ou não um deputado do Chega". Eis o que se sabe até ao momento.
Na terça-feira, a PSP confirmou que se encontrava a realizar buscas nas casas de Miguel Arruda em Lisboa e em São Miguel, nos Açores. Segundo a autoridade, que confirmou uma notícia avançada pelo Público, em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade, tendo o deputado furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada quando viajava de e para os Açores no início e no final da semana de trabalhos parlamentares.
As buscas foram levadas a cabo pelo Comando Metropolitano de Lisboa no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Ainda de acordo com a PSP, o deputado não foi detido, sendo necessário o levantamento da imunidade parlamentar.
Na sequência das notícias, o presidente do Chega, André Ventura, adiantou que "é exigível que sejam dadas explicações e que sejam retiradas consequências se essas explicações não foram satisfatórias".
"Não vai haver um milímetro de cedência e vamos exigir as mesmas regras que exigimos para os outros, independentemente de ser ou não um deputado do Chega", sublinhou André Ventura.
Nos Estados Unidos, onde participou em Washington nas cerimónias de tomada de posse de Donald Trump, o líder do Chega referiu à Lusa que soube do caso com "enorme surpresa a estupefação" e que já manifestou ao deputado Miguel Arruda a intenção de reunir "mal regresse a Lisboa".
Políticos criticam, mas defendem presunção de inocência: "Não somos como eles"
Vários políticos - da Esquerda à Direita - reagiram à investigação, apontado o dedo a André Ventura e a questionando se o deputado também será "encostado à parede", numa referência à intervenção da PSP no Martim Moniz, em Lisboa, que o Chega defendeu.
O antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, afirmou que em causa está a "suspeita de uma atividade rafeira de um deputado", enquanto a socialista Isabel Moreira respondeu defendendo que é necessário "respeitar a presunção da inocência e não pedir para encostar o suspeito à parede, como fariam se fosse um imigrante de determinada origem" porque "não somos como eles".
É respeitar a presunção de inocência e não pedir para encostar o suspeito à parede, como fariam se fosse um imigrante de determinada origem, porque não somos como eles. https://t.co/HHoJHBABvr
— Isabel Moreira (@IsabelLMMoreira) January 21, 2025
Já o presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rio, afirmou que a "justiça tem de valer para todos", ao passo que a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, argumentou que a imunidade do deputado deve ser levantada "até para que se possa vir defender".
Leia Também: "Rafeira". Políticos reagem a caso de deputado do Chega (e visam Ventura)