Portugal e França a favor de coordenação estreita na gestão de fronteiras
Os chefes das diplomacias de Portugal e de França defenderam hoje a necessidade de "uma coordenação estreita" na União Europeia na gestão das fronteiras e na aplicação de medidas sanitárias para "preservar o espaço comum" de livre circulação.
© Global Imagens
País Augusto Santos Silva
"Concordámos que é necessário seguir uma coordenação estreita na gestão fronteiras e na aplicação de medidas sanitárias, [...] a nível europeu, para que possamos preservar o espaço comum europeu e, ao mesmo tempo, aplicar as medidas sanitárias indispensáveis", disse à imprensa, em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian.
Le Drian foi recebido hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, para uma reunião, seguida de declarações à imprensa sem a possibilidade de os jornalistas colocarem questões, que o ministro francês qualificou de "positiva e profícua" e o homólogo português de "muito interessante e muito útil".
A gestão das fronteiras na UE face à pandemia de covid-19 foi um dos temas que abordaram, dias depois de a Comissão Europeia ter apresentado ao Conselho Europeu (constituído pelos líderes dos 27 Estados-membros) uma proposta com vista a garantir que quaisquer medidas decididas pelos Estados-membros que restrinjam a livre circulação devido à pandemia da covid-19 sejam coordenadas e comunicadas claramente a nível da UE.
A imposição de quarentenas a viajantes entre países da UE tem colocado nomeadamente sérios entraves ao turismo, com Portugal, por exemplo, a registar uma queda no número de turistas britânicos devido à exclusão de Portugal dos países que Londres considera seguros durante a maior parte do verão.
Augusto Santos Silva e Jean-Yves Le Drian abordaram diversos assuntos da agenda europeia e internacional, frisando o ministro português uma "convergência de posições" quanto ao futuro da UE e da região do Mediterrâneo, à relação com o Reino Unido e à relação com África, designadamente para alcançar uma "maior cooperação com a África ocidental para garantir a segurança marítima no Golfo da Guiné".
Le Drian salientou por seu lado "o empenho de Portugal" ao lado de França "nas crises do Sahel", onde, disse, as forças portuguesas "desempenharam e continuam a desempenhar um papel absolutamente essencial".
No plano da relação bilateral, qualificada de "excelente", os dois ministros abordaram a "temporada cultural cruzada" que Lisboa e Paris preparam para 2022 e as relações económicas, em relação às quais afirmaram a vontade de "cooperar muito intensamente no quadro dos planos de recuperação e resiliência" que ambos vão apresentar a Bruxelas, segundo Santos Silva.
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