Fátima. "Não nos parece expectável que seja possível ter 55 mil pessoas"

A conferência de imprensa de hoje conta com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e da diretora-geral da saúde, Graça Freitas.

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Notícias ao Minuto
16/09/2020 17:41 ‧ 16/09/2020 por Notícias ao Minuto

País

Covid-19

Já começou mais uma conferência de imprensa de atualização sobre os últimos desenvolvimentos da pandemia no país. Esta quarta-feira, o brienfing começou mais tarde do que o habitual, mas já depois de ter sido revelado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) que, nas últimas 24 horas, foram identificados mais três mortos e 605 casos confirmados de Covid-19.

Marta Temido começou a sessão realizando o habitual ponto de situação dos dados epidemiológicos no país e lamentou as três vítimas mortais reportadas hoje, todas residentes na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), com mais de 89 anos.

De seguida, a ministra adiantou também que muitos dos casos ativos no país correspondem a surtos, sendo que, neste momento, há, 290 focos ativos em Portugal, designadamente, 146 no Norte, 20 no Centro, 95 em LVT, 11 no Alentejo e 17 nos Açores. A taxa de incidência do novo vírus, nos últimos sete dias, informou ainda a governante, é agora de 39,7 casos por 100 mil habitantes e, nos últimos 14 dias, de 68 novos contágios por 100 mil habitantes.  

"Não nos parece expectável que seja possível ter 55 mil pessoas no Santuário"

Confrontada com a polémica já gerada em torno da peregrinação a Fátima no próximo dia 13 de outubro, Graça Freitas afirmou: "a DGS não sabe de onde surgiu o número 55 mil". Segundo a diretora-geral da saúde, o Santuário pediu uma audiência com o secretário de Estado da Saúde, mas não chegou à autoridade de saúde "nenhum pedido de parecer, plano de contingência ou planta do Santuário".

"Portanto, não nos parece expectável que seja possível ter 55 mil pessoas no Santuário. (...) Esperamos poder ajudar e cooperar com o Santuário, mas para isso precisamos de ter conversações, reuniões ou o plano de contingência do Santuário e, neste momento, não temos essa informação", concluiu sobre a questão. 

Adiamento do jogo Sporting-Gil Vicente? Decisão será tomada pelas autoridades de saúde locais

Confrontada com o possível adiamento do jogo Sporting-Gil Vicente, Graça Freitas começou por fazer "um esclarecimento em relação ao futebol", recordando que na retoma da atividade, em maio, a DGS assumiu o plano "e tudo se passava a este nível". Neste momento, com a atividade desportiva alargada, a responsabilidade sobre se um jogo deve ou não ser adiado passa a ser da autoridade de saúde local. Contudo, ressalvou a responsável, a autoridade de saúde local "não está sozinha" e, caso a decisão seja complexa, pode-se reunir "com a autoridade regional e esta com a nacional."

"Se houver é um adiamento do jogo, não é parar a primeira liga, os outros jogos continuarão a realizar-se. (...) Neste momento, os colegas de Barcelos, que acompanham o Gil Vicente, e de Lisboa, com o Sporting, estão a ver se é possível manter o jogo ou ser adiado. Estamos a acompanhar muito de perto", garantiu a diretora-geral da saúde. 

Belgas infetados em Portugal. "Os jovens não cumpriram as regras"

Sobre o caso dos 67 jovens belgas infetados que passaram férias em Albufeira, Graça Freitas sublinhou que "não há nenhuma garantia" de que os contágios tenham decorrido "a partir de um residente em Portugal". Mais, segundo informações recolhidas pela DGS através de contactos com os organizadores das viagens, "os jovens não cumpriram as regras".

"As autoridades de saúde do Algarve vão proceder a uma análise retrospetiva e encontrar o caso índice. Até pode ter vindo com algum jovem belga e não ser de Portugal. Não sabemos e estas investigações retrospetivas são difíceis", defendeu a responsável. 

Ainda sobre o caso noticiado hoje, a diretora-geral de saúde acrescentou que o contágio foi detetado depois dos jovens regressarem à Bélgica, sendo que é necessário ter em conta que todos "viajavam de forma organizada" e "partilharam o mesmo alojamento".

Período de isolamento mais curto e novas regras para eventos de massas

Ainda na conferência de imprensa desta quarta-feira, Graça Freitas admitiu que a duração do período de isolamento, atualmente fixado nos 14 dias, poderá ser reduzido para 10 dias, a par do que outros países, como a Espanha, já fizeram. De acordo com a responsável, a ideia está a ser estudada pela autoridade em parceria com infecciologistas. "Há diferenças entre a quarentena de doentes ou de pessoas que fazem isolamento profilático", denotou. 

Por fim, a diretora-geral da saúde ainda anunciou que será publicado um novo referencial da DGS para eventos de massa em Portugal. Este novo conjunto de regras será "adaptado ao tipo de evento" e "de circulação de pessoas" para cada caso. 

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