O Presidente da República encontra-se em Faro, no Algarve, e esteve a falar aos jornalistas. Questionado sobre se os especialistas lhe deram indicação de um possível segundo pico e de quando seria, Marcelo respondeu que "ninguém tem certezas sobre isso. Há cenários. Da última vez que houve uma sessão epidemiológica foram apresentados cenários e portanto esses cenários têm muito de imprevisíveis. Depende de vários fatores".
"Quando o primeiro-ministro disse que poderia ultrapassar os mil casos, muita gente ficou surpreendida e estamos agora nos 900 (899) e isso pode acontecer na próxima semana, nos próximos dias, daqui a umas semanas", referiu, acrescentando que tem de ser "feito tudo o que é necessário para prevenir os riscos".
Sobre se está ou não fora de questão um novo estado de emergência, o chefe de Estado rejeitou "especulações". "Os portugueses precisam é de prevenir, de atuar responsavelmente, de acompanhar a situação, de equilibrar a sua vida económica, o seu trabalho, a sua vida social, a sua vida escolar com a salvaguarda da vida e da saúde. A cada momento as autoridades tomaram as medidas que forem necessárias. Neste momento foi decidido renovar a situação de contingência até meados de outubro e portanto vamos ver o que se passa e tenho certeza que o que for necessário decidir será decidido".
"Tenho a certeza que naquilo que depender de mim, do Presidente, e da relação entre o Presidente, o Governo e o Parlamento o que for necessário será decidido", garantiu.
Viabilização do Orçamento do Estado 2020
Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que sobre a viabilização do OE2020 para si "é óbvio que tem de ser viabilizado". "Não me passa pela cabeça que num momento em que a pandemia pode estar em números muito altos, num momento em que a crise económica e social pode estar agravada, num momento em que é fundamental recebermos o dinheiro europeu e utilizarmos bem o dinheiro europeu, seja chumbado o Orçamento".
"Enquanto líder da oposição por muito menos que isso viabilizei três orçamentos de António Guterres, com o meu partido sublevado, sem gostar nada, a protestar, o eleitorado a protestar", acautelando que tal não se trata de um conselho para o líder o PSD, Rui Rio, mas sim "de bom senso".
O Presidente referiu disse ainda que estamos "perante uma situação grave na pandemia e grave na crise social. É nessa altura que se provoca uma crise política? Qualquer pessoa de bom senso diria: custa muito viabilizar este orçamento?".
[Notícia atualizada às 17h50]