Há 12 escolas com surtos ativos de Covid-19 em Portugal

Portugal registou hoje quatro mortes associadas à Covid-19 e 425 novos contágios.

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Melissa Lopes
28/09/2020 13:47 ‧ 28/09/2020 por Melissa Lopes

País

Pandemia

Lacerda Sales começou por destacar, na conferência de imprensa desta segunda-feira, que é a primeira vez que tem início ainda em setembro a campanha de vacinação contra a gripe. "As 335 mil doses desta primeira fase destinam-se aos profissionais de saúde que prestam serviço ao público, grávidas e idosos residentes em lares", lembrou. 

Prosseguindo, o governante sublinhou que a "pandemia nos tem ensinado muito sobre união" e que "tem sido através do esforço de todos que temos conseguido ultrapassar muitos dos desafios que nos têm sido colocados". "Também em matéria de vacinação contra a gripe, estamos outra vez todos juntos em prole do sucesso desta campanha que será o sucesso do país", frisou, acrescentando que as ordens dos enfermeiros, dos farmacêuticos e dos médicos "uniram-se ao Ministério da Saúde no desenvolvimento e suporte financeiro de uma campanha de comunicação que visa que ninguém dos grupos de risco identificados "fique por vacinar este ano". Neste sentido, Lacerda Sales deixou um agradecimento aos bastonários Ana Rita Cavaco, Ana Paula Martins e Miguel Guimarães "pelo contributo na defesa da saúde dos portugueses".

10% das vacinas administradas em farmácias

A campanha 'vacine-se por si, vacine-se por todos', frisou o secretário de Estado, visa "chegar de forma muito particular aos profissionais de saúde, cuja proteção este ano é ainda mais necessária, mas também aos idosos, grávidas e doentes crónicos. Lacerda Sales lembrou que os dois milhões de vacinas "chegarão em tranches", pelo que as pessoas "não serão vacinadas todas de uma vez", iniciando-se hoje, dia 27, a primeira fase e a partir do dia 19 de outubro a segunda fase. "É um processo organizativo dos cuidados de saúde primários que decorrerá com serenidade até ao final do ano", referiu, lembrando que cerca de 10% das vacinas poderão ser administradas nas farmácias. 

Epidemia em Portugal começou com variante vinda da Lombardia e infetou 3.800 

Terminando a mensagem inicial, o secretário de Estado vincou: "Continuamos muito empenhados em saber mais sobre a Covid-19 para prepararmos melhor as nossas respostas". "Por exemplo, hoje já sabemos que o arranque da epidemia em Portugal foi marcado pela disseminação massiva de uma variante do vírus SARS-Cov 2 caracterizada por uma mutação específica no seu principal antigénio com origem em Itália e que causou pelo menos 3.800 infeções em Portugal, especialmente no Norte do país", sinalizou, referindo-se ao estudo da diversidade genética do novo coronavírus no país, um projeto de investigação de âmbito nacional coordenado pelo Instituto Dr. Ricardo Jorge. 

Sobre esse estudo, que está em fase de conclusão, João Paulo Gomes adiantou que os resultados finais serão apresentados dentro de duas/três semanas. "Foi interessante verificar que o arranque da pandemia começou com a introdução de uma variante genética vinda da região da Lombardia e que terá entrado em Portugal por volta do dia 20 fevereiro na região Norte/Centro, na zona industrial", detalhou, sublinhando que o vírus se terá disseminado de uma forma não passível de ser detectada pelas autoridades de saúde pública durante eventualmente 10 dias, o que terá originado cadeias de transmissão. 

Apesar de ter tido uma disseminação massiva na região Norte e Centro, foram "muitos raros os casos" em que essa variante foi encontrada no Alentejo e Algarve, o que se deveu - "não temos dúvidas disso", frisou - à tomada de medidas de saúde pública  "muito atempadas", o que "estrangulou" a disseminação desta variante genética para o resto do país, praticamente extinguindo-a. 

"É uma questão de tempo até sermos assolados por outra pandemia"

Respondendo a questões dos jornalistas, João Paulo Gomes destacou a importância destes estudos para perceber se o país atuou bem, atempadamente, e se foi eficaz, de modo a que "num futuro próximo possamos perceber quais das medidas terão mais sentido serem tomadas seja numa segunda vaga", seja numa nova pandemia. "Infelizmente, será uma questão de tempo até voltarmos a viver uma situação destas, tivemos uma pandemia em 2009, estamos a viver outra agora, será uma questão de tempo até sermos assolados por uma outra", perspetivou

Surtos em Hospitais 

Respondendo a questões dos jornalistas, Graça Freitas disse que há alguns surtos ativos em vários hospitais e que estão a ser investigados. "São sobretudo em profissionais de saúde, existem algumas possíveis ramificações para outros sítios (...) As autoridades de saúde estão a acompanhar de perto" os surtos em unidades de saúde, assegurou, referindo-se ao caso de Beja, Leiria, Guimarães, Paredes, Póvoa do Varzim, Vila Nova da Galé, o Hospital de Leiria, no Garcia da Orta, numa clínica do Lumiar, no Egas Moniz, entre outros. "A situação está, tanto quanto possível, identificada e controlada", estando as autoridades a investigar possíveis cadeias de transmissão. 

País preparado para segunda vaga?

Lacerda Sales respondeu afirmando que o país tem que preparar-se para o pior e esperar o melhor. "Temos estado, através do plano outono/inverno, implementar medidas ao nível organizacional, ao nível regional e ao nível local (...) E agora, vamos também aumentar a capacidade de testagem, com possibilidade de introduzir novos tipos de testes. É um trabalho que não começou agora, vem de trás, temos vindo a reforçar a nossa resposta (...)", voltou a referir o secretário de Estado. 

Surtos em lares

A diretora-geral de saúde revelou que, neste momento, há 51 surtos ativos em estruturas residenciais para idosos. 10 na região Norte, dois na região Centro, 33 em LVT, três no Alentejo e três no Algarve. 

Surtos em escolas

Salvaguardando que os dados não contemplam possíveis casos isolados vindos da comunidade, Graça Freitas disse que foram reportadas 12 escolas com surtos de Covid-19: cinco na região Norte, uma no Centro, seis em LVT. "No total, nestes surtos, temos 78 pessoas implicadas como casos positivos para SARS-Cov-2", adiantou. 

Profissionais de saúde infetados

No total, disse Lacerda Sales, são 4.970, dos quais médicos são 629, enfermeiros 1.435, assistentes operacionais 1.401, assistentes técnicos 166, técnicos de diagnóstico 167 e outros 1.172. Deste total, já se encontram recuperados 4.108, uma percentagem superior a 82%, revelou.

Recorde aqui a conferência da DGS

 

De lembrar que o país, que se encontra em situação de contingência até dia 14 de outubro, segue a tendência verificada na Europa de aumento do número de infeções diárias, um cenário que já era previsto pelas autoridades de saúde tendo em conta a maior circulação de pessoas e o regresso às aulas na segunda quinzena do mês. 

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