Nobel do PAM é prémio "justo, merecido e já tardava"

A presidente do Banco Alimentar, Contra a Fome, Isabel Jonet, afirmou hoje que a atribuição do Prémio Nobel da Paz ao Programa Alimentar Mundial (PAM) é um reconhecimento "justo e merecido e que já tardava".

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Lusa
09/10/2020 16:05 ‧ 09/10/2020 por Lusa

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Isabel Jonet

 

O Nobel é um "motivo de grande alegria para todos nós os que trabalham com a distribuição de alimentos" e uma distinção "muito merecida", disse, em declarações à agência Lusa.

O Comité norueguês do Nobel justificou a distinção do PAM pelos esforços para combater a fome, pelo contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e por agir como uma força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como uma arma de guerra e de conflito.

"De facto, o PAM distribui alimentos não só em cenário de guerra, mas também para promover o desenvolvimento económico", sublinhou a presidente do Banco Alimentar, acrescentando que, "através desta distribuição de alimentos, [a organização] tenta que a população civil não seja utilizada como elemento que promove e que prolonga conflitos armados e terrorismo".

No anúncio de hoje, o comité assinalou ainda que a pandemia de covid-19 fez aumentar a fome que milhões de pessoas enfrentam em todo o mundo e pediu aos governos que garantam que o PAM e outras organizações de ajuda recebem o apoio financeiro necessário para as alimentar.

Um apoio que Isabel Jonet também espera ver concretizar-se, já que "a atribuição de um galardão deste tipo faz sempre com que as pessoas ganhem consciência do valor do alimento por si mesmo, mas também por tudo aquilo que à sua volta tem promovido".

"Penso que este galardão vai fazer com que todas as pessoas, de repente, reflitam, uma vez mais, no valor do próprio alimento e até na injustiça que existe no facto de, muitas vezes, parte daquilo que é produzido ser desperdiçado", referiu.

Além disso, adiantou, a atribuição do Nobel da Paz "certamente fará os decisores refletirem na importância da paz para a estabilidade do mundo, para o desenvolvimento económico, mas também para a promoção da solidariedade em todo o mundo".

Segundo avançou o Comité do Nobel hoje, o PAM prestou assistência, em 2019, "a cerca de 100 milhões de pessoas em 88 países, vítimas de insegurança alimentar aguda e fome".

"Com o prémio deste ano, o (comité) pretende que os olhos do mundo se voltem para os milhões de pessoas que sofrem ou enfrentam a ameaça da fome", disse a presidente do comité, Berit Reiss-Andersen, adiantando que "o Programa Alimentar Mundial desempenha um papel fundamental na cooperação multilateral, tornando a segurança alimentar um instrumento de paz".

Berit Reiss-Andersen indicou ainda que "o PAM contribui diariamente para promover a fraternidade das nações mencionada no testamento de Alfred Nobel".

A lista de candidatos da edição de 2020 do Nobel da Paz tinha 211 pessoas e 107 organizações e o laureado irá receber o prémio de dez milhões de coroas suecas (quase um milhão de euros), além de um diploma e uma medalha.

A cerimónia de entrega do prémio, possivelmente o mais prestigioso do mundo, acontecerá em 10 de dezembro, em Oslo, na Noruega, e contará com a presença de apenas cerca de 100 convidados.

 

 

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