O cemitério de Bolougne-sur-Mer alberga 44 campas de combatentes portugueses da Primeira Guerra Mundial e um memorial que assinala a presença dos soldados portugueses no conflito.
As obras de recuperação, que começaram em julho deste ano, depois de vários atrasos devido às condições meteorológicas e à pandemia de covid-19, custaram 38 mil euros e foram promovidas pelas autoridades nacionais.
Segundo o ministro, trata-se de um investimento no presente e no futuro.
"Tudo tem de ser feito com o devido equilíbrio, mas uma sociedade que não reconhece o seu passado está condenada a repetir os seus erros. Num mundo volátil, onde há grandes perigos devido a todas as alterações que se fazem sentir, é importante lembrarmo-nos de todas as lições do passado. O investimento na memória é um investimento no nosso presente e no futuro", afirmou o ministro, em declarações à agência Lusa, após a cerimónia.
Segundo o responsável da pasta da Defesa, apesar do número reduzido de participantes nas celebrações devido à crise sanitária, a cerimónia teve "dignidade" e contou com a presença das autoridades locais e regionais francesas.
Do lado português, estiveram presentes a secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento e Castro, assim como o embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, e o presidente da Liga dos Combatentes, tenente general Chito Rodrigues.
Assistiram ainda a este momento solene alguns descendentes dos antigos combatentes portugueses que acabaram por se instalar na região depois da guerra.
Em seguida, o ministro visitou o cemitério de Richebourg, o maior cemitério militar português fora do país, mostrando disponibilidade para continuar a investir na memória da passagem dos soldados portugueses em França.
"O cemitério precisa de alguma intervenção, mas isso precisará sempre. Espaços como cemitérios precisam de cuidados constantes. Encontrei um cemitério com grande dignidade. [...] Houve uma intervenção grande em 2018 e nós continuaremos a investir", lembrou o ministro, mencionando a recuperação levada a cabo para a celebração do centenário da batalha de La Lys.
O Lusojornal, principal meio de comunicação da comunidade portuguesa em França, fez recentemente um levantamento sobre o estado das mais de 1.800 campas de soldados portugueses, constatando que muitas já não têm os nomes visíveis e algumas apresentam sinais de desgaste.
Ainda segundo o governante, a manutenção dos cemitérios militares portugueses tem um custo anual de 15 mil euros e intervenções "mais pontuais" em Richebourg "vão acontecer".