"Não me parece que existam razões para limitações da resposta" no SNS

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) defendeu hoje que se os hospitais ativarem os seus planos de contingência e responderem em rede não há razões atualmente para haver limitações de resposta no Serviço Nacional de Saúde.

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Lusa
21/10/2020 11:26 ‧ 21/10/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

"Não me parece que existam razões atualmente para termos limitações da resposta, nós temos é de ter os hospitais, na prática, a ativar os seus planos de contingência e responderem como uma rede", afirmou Alexandre Lourenço em declarações à agência Lusa.

Aludindo ao que aconteceu no início deste mês na região de Lisboa, nomeadamente no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), Alexandre Lourenço disse que "foi uma sobrecarga (...) sem necessidade, uma vez que podia ter sido diluída a resposta em outros hospitais e o mesmo na região Norte".

"Se nós tivermos uma resposta mais diluída por várias instituições não existe razão para limitações de resposta, o que não invalida que nas próximas semanas possa vir a acontecer mas, mais uma vez, é necessário ter os recursos humanos necessários para operar todos estes novos recursos que são colocados à disposição", defendeu Alexandre Lourenço.

Por outro lado - afirmou - "não faz grande sentido estarmos a falar de taxas de ocupação, uma vez que o que nós estamos a fazer, e que vamos fazer, dentro dos nossos planos de contingência, é redirecionar recursos entre a atividade programada e a atividade covid-19".

Para Alexandre Lourenço, é necessário encontrar "soluções de sistema", seja com o setor social, seja com o setor privado, para manter a assistência a doentes covid-19.

"É essencial garantir que temos respostas de retaguarda nos mecanismos de articulação com o setor social, para já, para doentes que não necessitam de hospitalização, mas que se mantêm internados por falta de resposta domiciliária, familiar", salientou, considerando que é preciso ter "mecanismos ágeis" para transferir doentes para outro nível de estrutura para libertar camas para os doentes que venham a precisar delas.

Depois, defendeu, é preciso identificar, de acordo com a evolução da pandemia, que nenhum doente fique para trás e que é garantido acesso a cuidados de saúde a doentes não covid-19.

"Não podemos voltar a ter o impacto que tivemos e que ainda hoje estamos a sentir, com menos um milhão de consultas nos hospitais, menos 100 mil cirurgias, menos sete milhões de contactos presenciais nos cuidados de saúde primários. Isto não pode voltar a acontecer e temos de encontrar formas e acordos com várias entidades para que isto seja evitado", alertou.

Alexandre Lourenço disse ainda que é necessário perceber porque é que continuam "a existir limitações de resposta nos cuidados de saúde primários", defendendo ser necessário "contratar mais recursos para libertar os médicos de família para as atividades essenciais que é controlar as doenças crónicas e acompanhar os seus doentes da melhor forma".

"Hoje há recursos no país, nomeadamente enfermeiros, que podem ser contratados e integrados nas equipas de medicina geral e familiar, mas também nos hospitais que podem garantir e dar condições profissionais de grandes níveis adequados de resposta", vincou Alexandre Lourenço.

A pandemia de covid-19 já provocou 2.213 mortes em Portugal dos 103.736 casos de infeção confirmados, segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde.

 

 

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