Direção do agrupamento e pais concordam com fecho de escolas em Borba

A direção do Agrupamento de Escolas de Borba (Évora) e a associação de pais concordaram com a encerramento temporário dos estabelecimentos de ensino, devido ao aumento de casos de covid-19, apesar dos constrangimentos provocados pela medida.

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Lusa
23/10/2020 14:25 ‧ 23/10/2020 por Lusa

País

Covid-19

"Foi uma decisão acertada, até porque, por via de contactos com positivos, já tínhamos alunos de várias turmas em isolamento", afirmou hoje o diretor do Agrupamento de Escolas de Borba, Agnelo Baltazar, em declarações à agência Lusa.

O responsável considerou que a atual situação epidemiológica no concelho de Borba justificou a medida, notando que o encerramento das escolas vai "ajudar a mitigar a propagação da doença na comunidade".

Segundo o diretor deste agrupamento de escolas, quando foi tomada a decisão de encerrar os estabelecimentos de ensino do concelho, na quinta-feira, "alunos de nove turmas já se encontravam a cumprir isolamento profilático".

Agnelo Baltazar adiantou que o Agrupamento de Escolas de Borba tem cerca de 590 estudantes e que na quinta-feira cerca de uma centena de alunos fez o teste para o novo coronavírus SARS-CoV-2, cujos resultados ainda não são conhecidos.

O primeiro caso conhecido neste agrupamento foi o de um aluno da Escola Básica Integrada com Jardim de Infância de Rio de Moinhos e, posteriormente, uma professora e uma cozinheira dessa escola também tiveram teste com resultado positivo.

Esta professora infetada com covid-19 "também lecionava na sede do agrupamento, onde contactava com várias turmas", pelo que foram realizados testes aos alunos, disse o representante, referindo que também a coordenadora dos serviços administrativos fez um teste positivo.

De acordo com o responsável, até hoje, foram identificados seis casos de covid-19 no Agrupamento de Escolas de Borba, nomeadamente uma professora, duas funcionárias e três alunos (um na escola de Rio de Moinhos e dois na sede do agrupamento).

As atividades letivas vão decorrer na modalidade de ensino à distância, assinalou o diretor, considerando que este sistema "é sempre desigual", pelo que é necessário "um esforço de todos" para o regresso "o mais rápido possível ao ensino presencial".

Também em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento Vertical de Escolas do Concelho de Borba (APAVEB), Nuno Simões, disse ter tido conhecimento do fecho das escolas na quinta-feira à noite, mas notou que a medida já era esperada, tendo em conta que "a situação ficou um bocado mais descontrolada".

"Com as escolas encerradas, há sempre os constrangimentos inerentes", de entre os quais os pais terem de ficar em casa com os filhos menores, o que "muda vida do dia-a-dia das pessoas", impedidas de ir trabalhar.

Nuno Simões frisou que "a medida é muito recente" e que, por isso, ainda não possível saber se a maioria dos pais concorda ou não com o fecho das escolas, mas defendeu que "por uma questão de segurança foi a melhor solução".

"Todos os pais devem estar de acordo, a segurança das crianças está acima de tudo e também a de toda a comunidade, mas é natural que crie constrangimentos, com faltas ao trabalho", sublinhou.

O presidente da APAVEB mostrou-se preocupado com o funcionamento do sistema de ensino à distância, alegando que existem zonas no concelho de Borba que não têm a cobertura de Internet adequada para os alunos trabalharem em casa.

As escolas do concelho de Borba encerraram hoje, até uma nova avaliação, devido à situação epidemiológica no concelho, por recomendação da Autoridade de Saúde local e com a autorização da diretora-geral da Saúde.

De acordo com a informação publicada, na quinta-feira, na página do município de Borba na Internet, e no seguimento de uma troca de mensagens de correio eletrónico entre diversas autoridades de saúde e da educação, ficou estabelecido que as escolas encerram até uma nova avaliação.

Também no concelho vizinho de Vila Viçosa, também no distrito de Évora, as escolas encerraram hoje pelo mesmo motivo.

O vereador da Câmara de Borba Quintino Cordeiro disse hoje aos jornalistas em conferência de imprensa, que existem no concelho 36 casos ativos de infeção, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade de Saúde Pública local, embora os dados da Direção-Geral da Saúde indiquem 24.

 

 

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