Dezenas de pessoas juntaram-se, na tarde deste sábado, no Rossio, em Lisboa, num protesto contra o uso obrigatório de máscara na rua, depois de o Parlamento ter aprovado ontem o projeto-lei do PSD que impõe a sua utilização em espaços públicos durante 70 dias, numa medida que trará coimas previstas entre 100 e 500 euros para os incumpridores.
Sem distanciamento, com vários cartazes e sem máscara, os manifestantes pediram o fim do uso obrigatório deste equipamento de proteção individual nos locais onde é exigido por ser uma das formas de impedir a transmissão de gotículas que podem transportar o vírus.
Em declarações na antena da SIC Notícias, Gonçalo Martins, um dos organizadores do protesto, explicou que um dos motivos para o protesto é considerarem que "as máscaras utilizadas não têm eficácia contra a contenção de vírus". "São máscaras de cirurgia, essas máscaras não permitem proteção contra vírus", disse.
O manifestante chamou ainda a atenção para a abertura lateral que estes equipamentos têm ou para o momento em que os óculos ficam embaciados, significando isso, "que o vapor de água está a sair por cima da máscara".
O homem, que se apresentou como Técnico de Higiene e Segurança no Trabalho, questionado sobre os estudos que indicam que as máscaras podem salvar vidas, respondeu que "não temos a certeza disso". "Estamos a tratar as coisas de forma tecnicamente pouco coerente", atirou.
Já sobre o ajuntamento de pessoas sem máscara e um possível contágio, o membro da organização do protesto referiu não se sentir responsável, aludindo a que "tendo em conta os dados que estão disponíveis, só uma pequena percentagem poderá eventualmente precisar de tratamento hospitalar e ainda uma mais pequena de tratamento em Unidades de Cuidados Intensivos, logo, a probabilidade de alguém aqui contrair a doença é muito baixa".
Recorde-se que este sábado, Portugal registou o maior número de infetados por Covid-19 desde o início da pandemia - 3.669 novos casos de coronavírus no espaço de 24 horas. Em termos globais, o nosso país soma 116.109 casos de contágio e 2.297 vítimas mortais.