AMP vê medidas anunciadas como "solução correta" numa "primeira etapa"

O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) considerou que as medidas de combate à covid-19 anunciadas hoje espelham uma "partilha de responsabilidades" e uma mensagem de "responsabilidade civil" e que são uma "solução correta" numa primeira etapa.

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Lusa
31/10/2020 22:17 ‧ 31/10/2020 por Lusa

País

Covid-19

"Não é o recolher obrigatório que o estado de emergência permite, mas é um dever de recolhimento obrigatório no quadro da responsabilidade cívica. Julgo que para uma primeira etapa e para uma solução mais imediata foi a solução correta", disse à agência Lusa Eduardo Vítor Rodrigues.

O líder da AMP sublinhou a "grande serenidade da parte do primeiro-ministro" na conferência de imprensa após um Conselho de Ministros extraordinário que decidiu novas decisões para controlar o aumento de casos de covid-19 no país, considerando que António Costa "fez uma triangulação muito positiva entre a responsabilidade dos cidadãos, o papel do legislador, do Governo e das autarquias, e em terceiro lugar o papel que as empresas têm de ter".

Todos os 17 concelhos da AMP estão entre os 121 municípios que entrarão em confinamento parcial a partir de quarta-feira devido à pandemia do novo coronavírus.

Além do dever cívico de recolhimento domiciliário, nestes 121 concelhos nos estabelecimentos não poderão ter mesas com mais de seis pessoas e o seu horário de fecho passa a ser as 22:30.

O teletrabalho também se torna obrigatório salvo "oposição fundamentada" pelo trabalhador.

Estes territórios também ficam proibidas as feiras e os mercados de levante, e os eventos e celebrações ficam limitados a cinco pessoas, exceto nos casos em que os participantes pertencem ao mesmo agregado familiar.

Na quarta-feira, o presidente da AMP defendeu que fosse decretado o Estado de Emergência, generalizando as medidas de combate à covid-19 "a todo o país" de forma "coerente e homogénea".

Hoje, questionado sobre esta matéria, Eduardo Vítor Rodrigues, que é também presidente da câmara de Vila Nova de Gaia, do distrito do Porto, disse que "ficou evidente" que é para aí que o país caminha "se as coisas não melhorarem", mas mostrou confiança nas medidas anunciadas hoje.

"A adotar o estado de emergência como se sabe, precisaríamos de mais alguns dias porque teria de vir do Presidente da República, ir ao Governo e ser promulgado a seguir. Julgo que o Governo assumiu uma solução intermédia e fez um apelo ao civismo, esperando que as coisas evoluam positivamente, mas deixando a porta aberta para que as coisas possam seguir num rumo diferente", disse o autarca.

Para garantir um "alívio nos ajuntamentos, no espaço público e nos transportes públicos", o presidente da AMP sublinhou "a partilha de responsabilidades com os cidadãos e as empresas", recordando que estas "passam a ter agora de novo vinculadas uma série de medidas, nomeadamente o desfasamento de horários".

"São absolutamente determinantes para aliviar a pressão no espaço público e nos transportes públicos. E isso embora já estivesse em cima da mesa desde agosto, não tem sido cumprido pela generalidade das empresas", disse o autarca.

Na quarta-feira, Eduardo Vítor Rodrigues sugeriu o fecho de universidades e escolas secundárias durante "pelo menos 15 dias", algo que não foi determinado hoje.

"Não escondo que acharia que estaríamos num momento de ter alguma intervenção junto das universidades e ensino secundário na lógica do ensino à distância e na linha do teletrabalho que passa a ser obrigatório. Seria uma medida de travão mais a fundo, mas parece-me que o que o Governo faz é deixar um voto de confiança aos mais jovens. É uma opção que respeito, como alias admiro muito a coragem e a determinação que vi no primeiro-ministro", afirmou o presidente da AMP.

Para definir a lista dos 121 municípios, foram incluídos os concelhos com mais de 240 casos de infeção com o vírus da covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

António Costa sublinhou que este critério é o que é seguido pelo Centro Europeu de Controlo das Doenças.

A AMP é composta pelos concelhos de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Paredes, Porto, Póvoa de Varzim, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, São João da Madeira, Trofa, Vale de Cambra, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.507 em Portugal.

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