Essas e outras medidas constam de um despacho em que o presidente dessa autarquia do distrito de Aveiro realça "a evolução da situação pandémica no concelho" e, embora sem disponibilizar um número efetivo de diagnósticos ativos, alerta para "o número atual de casos no município e na região, bem como para o aumento dos focos de transmissão nos territórios limítrofes".
Posto isso, Joaquim Jorge Ferreira começa por decretar "a suspensão de todas as atividades desportivas promovidas pelo Município" e "o encerramento de serviços e equipamentos municipais" como a biblioteca, o centro lúdico, o arquivo público, a loja interativa de turismo, a Casa-Museu Ferreira de Castro, o Berço Vidreiro, etc.
Embora sem referir até quando essas limitações se manterão em vigor, o autarca socialista também inclui na lista de estruturas fechadas as piscinas municipais, mas apenas nas valências dirigidas à população em geral, já que o acesso é permitida a atletas com "treinos associados a competições desportivas".
Só num caso específico é indicada a data-limite para vigência destas alterações, quando o despacho impõe a "suspensão até 30 de novembro do agendamento de novos eventos cuja organização e promoção esteja ao encargo do Município, nomeadamente concertos, peças de teatro e revista, workshops, formações e conferências" - o que abrangerá igualmente iniciativas sob tutela das juntas de freguesia, embora feiras e mercados estejam autorizados se cumprirem "as orientações definidas pela Direção-Geral da Saúde".
Para assistência à população mais vulnerável, o Município ativou um novo serviço de estafetas, que, em articulação com a rede social da autarquia, envolve recursos humanos da Câmara, das instituições particulares de solidariedade social e outras entidades. O objetivo é "auxiliar pessoas idosas, evitando as suas deslocações para compra de bens de primeira necessidade, medicamentos, pagamentos de faturas, etc.".
Na própria Câmara Municipal, o recurso ao teletrabalho "é obrigatório", os funcionários que tiveram que assegurar serviços mínimos verão as suas funções reorganizadas para garantia de que sejam "adaptadas às atuais circunstâncias e contingências", as reuniões do Executivo passam ao formato online e os espaços internos de restauração ficam agora sujeitos a "escalas de utilização" para evitar aglomerados.
Elevadores ficam indisponíveis, estando o seu uso "restringido a pessoas com mobilidade reduzida", e saídas informais estão proibidas. "Nos edifícios onde não existam zonas de restauração, devem os funcionários recorrer ao próprio local de trabalho ou outro espaço alternativo que reúna condições provisórias adequadas, sendo-lhes vedada a deslocação ao exterior por razões que não sejam para realização da própria atividade profissional", avisa o despacho - notando que essa disposição "não se aplica ao horário de almoço, quando é permitida a livre circulação dos trabalhadores".
O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já matou entretanto mais de um 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, infetando mais de 47,5 milhões.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados se registaram a 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 2.694 óbitos entre 156.940 infeções confirmadas.
No caso específico de Oliveira de Azeméis, a informação disponibilizada pela autarquia nunca indicou um número de óbitos provocados pela doença entre os cerca de 70.000 habitantes do território, que abrange uma área de 162 quilómetros quadrados. Os boletins epidemiológicos locais também não referem o número de casos ativos por altura da sua difusão, limitando-se a referir os cidadãos sob vigilância ativa - que esta manhã eram 1.392 - e a estatística acumulada desde o início da pandemia - num total de 988 doentes confirmados até hoje.