"Desde o início da pandemia temos um regime excecional de contratação que permite que sejam contratados todos os profissionais que existem no mercado. Neste momento a situação com que nos deparamos é que o mercado não tem a disponibilidade que teve em outros momentos e há muitos profissionais que ficaram doentes", disse Marta Temido.
A governante falava aos jornalistas na Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), no Porto, depois de visitar o Hospital de Penafiel, que pertence ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), o qual tem registado um aumento de internamentos nas últimas semanas e gerou um pedido de ajuda por parte do conselho de administração.
Hoje, questionada sobre este pedido, Marta Temido falou da realidade do país e, mais tarde, perante a insistência dos jornalistas sobre o recrutamento de profissionais, deu o exemplo francês, em que o Presidente Macron afirmou que o país tinha dificuldade no recrutamento de profissionais de saúde.
"Ouvi há poucos dias o Presidente Mácron a referir que não há profissionais de saúde livres no mercado para serem contratados. Estamos a falar de França. Neste momento a dificuldade de recrutamento de profissionais de saúde existe em toda a Europa. Portugal não é exceção", referiu Marta Temido.
Também hoje a Ordem dos Enfermeiros (OE) manifestou-se hoje preocupada com o recrutamento de enfermeiros portugueses na Europa, revelando que nas últimas duas semanas se têm intensificado ofertas de países como Espanha, Reino Unido, Alemanha e Holanda.
Segundo a OE, estes países estão a oferecer "contratos anuais, transporte e alojamento gratuitos", sublinhando que as propostas "são agora mais e com condições mais vantajosas por parte de hospitais, mas também de lares".
Sem comentar diretamente esta questão, Marta Temido referiu que a tutela tem trabalhado com a OE para identificar candidatos.
"Temos trabalhado com a Ordem dos Enfermeiros no sentido de identificar potenciais candidatos e vamos continuar a fazer esse trabalho", concluiu.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.792 em Portugal.