A conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (Covid-19) contou, esta segunda-feira, com a presença da diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.
A responsável começou o briefing por salientar que, perante os números registados (4.096 casos e 63 mortes, só nas últimas 24h), "as pessoas devem estar atentas, automonitorizar-se e autoisolar-se" e, neste sentido, relembrou os principais sintomas da infeção: tosse, febre, falta de ar, perda de olfato e paladar.
Já durante as perguntas dos jornalistas, ao ser questionada sobre o anúncio da empresa farmacêutica norte-americana Pfizer que garantiu ter chegado a uma vacina contra o novo coronavírus que pode ser eficaz em 90% dos casos, Graça Freitas afirmou que, se "se vier a confirmar a sua efetividade, será uma das melhores vacinas que teremos"
Além disso, sublinhou a diretora-geral da Saúde, "é uma das que Portugal prevê adquirir".
Antes de rumar a algum lado "verifique se pode avançar"
Sobre os casos de famílias que têm de se deslocar para outros locais do país, tendo em conta os 121 municípios que têm restrições, a responsável apelou a que se "verifique quais são os concelhos em que pode avançar sem infringir nenhuma lei".
"Cada pessoa terá que ver o seu percurso e terá de ver qual é a rota que pode ou não seguir", explicou Graça Freitas.
DGS recusa fazer "futurologia" sobre aumento de casos em UCI
Questionada sobre a previsão de um aumento diário ainda maior nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), a diretora-geral da Saúde recusou-se a fazer "futurologia" e frisou que o importante é "continuar a monitorizar".
"Se há mais casos novos, a probabilidade de haver mais internamentos aumenta, claro, mas não me compete fazer futurologia, temos de prever todos os cenários para alocar recursos", disse.
Dados que determinam lista dos concelhos de risco "não vêm tão bem preenchidos"
Sobre o grau de fiabilidade dos dados de vigilância epidemiológica, que têm sido usados para avaliar que concelhos se inserem na lista dos de maior risco, Graça Freitas admitiu que este não é de 100% fiável, uma vez que os dados são "obtidos através do que os médicos preenchem e há parâmetros que não vêm tão bem preenchidos".
"A prioridade é deter os doentes, isolar contactos. Claro que os dados de vigilância epidemiólogica não são perfeitos, mas a prioridade é vigiar para agir", reiterou, acrescentando que, dentro de dias, a base de dados de casos por concelho será atualizada.
Ainda sobre as deslocações e convívios em família, a responsável salientou que as refeições são um momento de grande descontração e proximidade, "um momento crítico para o contágio" e que, por isso, deve-se evitar que sejam feitas entre grupos com mais de cinco pessoas.
"É muito bom conviver com as nossas famílias, mas o momento das refeições é um dos de maior risco", reiterou.
Desde o dia 29 de outubro foram notificados 64 casos de legionella na Região Norte
Já sobre os surtos de legionella, Graça Freitas lembrou que se trata de uma doença sazonal e que, desde o dia 29 de outubro, foram "notificados 64 casos de legionella na Região Norte, sendo que 46 deles pertencem ao mesmo foco da Póvoa de Varzim e Vila do Conde".
"Esta doença caracteriza-se por atingir mais homens e mais velhos. Mas não é doença contagiosa, passa-se por fontes ambientais e por inalação", recordou ainda a diretora-geral da Saúde, adiantando que as autoridades de saúde estão a investigar e a fazer análises à àgua.
DGS apela a que não se façam testes por iniciativa própria
Antes de terminar a intervenção de hoje, Graça Freitas deixou "um apelo à população". "As pessoas não deviam tomar a iniciativa de elas próprias pedirem testes, deviam esperar por uma requisição médica, por um conselho médico", defendeu, acrescentando que "não é de todo aconselhável fazer testes sejam eles quais forem sem prescrição médica" e que "era bom que nos disciplinássemos e que aguardássemos por uma prescrição médica para fazermos um teste".
Reveja aqui a conferência desta segunda-feira, 9 de novembro: