Estas posições foram publicadas por António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter, numa série de mensagens em que o próprio líder do executivo começa por colocar a questão se será verdade que o país não se preparou para a pandemia no período do outono e inverno - "Há quem diga que não nos preparámos para o outono-inverno. Será verdade?".
António Costa refere depois que em março passado, no começo da covid-19 em Portugal, a linha SNS24 podia atender até dez mil telefonemas, mas hoje "tem capacidade para mais de trinta mil".
No que respeita à capacidade de testagem, o primeiro-ministro aponta que em março passado a média diária era de 2578, sendo hoje de 35348.
Nesta série de comparações, António Costa diz que "em março eram acompanhadas 11842 pessoas em vigilância ativa e hoje são 90088.
Há quem diga que não nos preparámos para o outono-inverno. Será verdade? Em março a linha SNS24 podia atender até 10.000 telefonemas. Hoje tem capacidade para mais de 30.000. Em março a média diária de testes era 2.578. Hoje é 35.348.
— António Costa (@antoniocostapm) November 10, 2020
"Em março havia cerca duas mil camas que podiam ser afetas a doentes covid-19, mas hoje há mais de três mil e, com desmarcação de atividade programada, poderão chegar a 18 mil", salienta.
Tal como já havia afirmado na entrevista que concedeu na segunda-feira à noite à TVI, o líder do executivo, nestas mesmas mensagens que publicou no Twitter, defende em seguida que as camas de unidades de cuidados intensivos para doentes covid-19 passaram de 433 em março para 704 - e o número de camas poderá atingir 944 "com desmarcação de atividade programada".
Em março eram acompanhadas 11.842 pessoas em vigilância ativa. Hoje são 90.088. Em março havia cerca de 2.000 camas que podiam ser afetas a doentes #COVID. Hoje há mais de 3.000 e, com desmarcação de atividade programada, poderão chegar a 18.000.
— António Costa (@antoniocostapm) November 10, 2020
No que respeita a ventiladores, ainda de acordo com os mesmos dados apresentados por António Costa, "em março havia 1142 e hoje há 1939".
"Em março criámos um regime excecional de contratação de profissionais de saúde. Hoje já contratámos 6883 profissionais de saúde ao abrigo deste regime e decidimos vincular ao Serviço Nacional de Saúde perto de metade", acrescenta nestas suas mensagens.
Em março havia 433 camas de UCI que podiam ser afetas a doentes #COVID. Hoje há 704 e, com desmarcação de atividade programada, poderão chegar a 944. Em março havia 1.142 ventiladores. Hoje há 1.939.
— António Costa (@antoniocostapm) November 10, 2020
Na segunda-feira à noite, em entrevista à TVI, quando foi questionado sobre os motivos que levaram o Governo a anunciar apenas no sábado passado medidas mais duras de combate à pandemia, António Costa alegou que o crescimento verificado no número de contágios "foi exponencial nas últimas semanas".
Depois, tal como já tinha afirmado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista à RTP - e também o próprio primeiro-ministro no final do último Conselho de Ministros extraordinário -, António Costa alegou que, em Portugal, "como em todos os países da Europa, ninguém previu que esta segunda vaga surgisse tão cedo".
Em março criámos um regime excecional de contratação de profissionais de saúde. Hoje já contratámos 6.883 profissionais de saúde ao abrigo deste regime e decidimos vincular ao @SNS_Portugal perto de metade.
— António Costa (@antoniocostapm) November 10, 2020
"Toda a gente a antecipava que viria na passagem do outono para o inverno, ninguém pensava que chegasse tão cedo. Isso é claro. Agora, se me perguntam se eu estou surpreendido com este número tão significativo de transmissões na comunidade, eu estou muito surpreendido", acentuou.
Para o primeiro-ministro, nesta fase após o verão, "as pessoas no seu conjunto não reagiram tão prontamente quanto reagiram" em março e abril.