Recolher obrigatório no fim de semana: Costa afasta mudar hora de início

O primeiro-ministro rejeitou hoje passar o recolher obrigatório das 13h00 para as 15h00 nos dois próximos fins de semana, como defende o setor da restauração, alegando que essa medida visa precisamente travar convívios sociais ao almoço.

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Lusa
11/11/2020 13:32 ‧ 11/11/2020 por Lusa

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"Isto é duro de dizer, mas temos mesmo de evitar esses grandes convívios à hora de almoço e daí a decisão de limitar às 13h00" o período de abertura da generalidade dos estabelecimentos comerciais dos concelhos com maior incidência de covid-19, respondeu António Costa.

Falando aos jornalistas depois de ter recebido em São Bento o líder da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), Luca Visentini, o primeiro-ministro referiu que, quando o seu executivo definiu o calendário das medidas de limitação de circulação a aplicar nos concelhos mais atingidos pela epidemia, "ponderou muito bem se devia ser às 13h00 ou às 15h00" a hora limite.

"Não foi por acaso que escolhemos as 13h00, porque temos precisamente em conta aquilo que todos os inquéritos epidemiológicos nos dizem: 68% das transmissões estão a correr neste momento em momentos de convívio familiar e social", justificou o líder do executivo.

Perante os jornalistas, António Costa referiu que os restaurantes poderão funcionar em regime de entregas ao domicílio e adiantou ter "consciência de que a restauração será um dos setores mais atingidos por esta crise".

"O setor da restauração não pode antecipar eventos", ao contrário de competições desportivas ou dos espetáculos, "que estão a ser antecipados para poderem terminar a tempo de as pessoas chegarem a casa", referiu.

António Costa observou que "as pessoas podem adiar a compra de uma camisa ou de uma calças, mas uma refeição não é adiável".

"Percebo que estas medidas vão ter para os restaurantes um impacto duríssimo. É um setor que já tem sofrido muito ao longo do ano e, por isso, estamos a preparar medidas especiais para este setor. Essas medidas serão hoje ou na quinta-feira anunciadas" pelo ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, acrescentou o primeiro-ministro.

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