Liga lamenta não inclusão de doentes oncológicos na 1.ª fase de vacinação

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) lamentou hoje que os doentes oncológicos, sobretudo aqueles com doença ativa, não tenham sido colocados na primeira fase de vacinação contra a covid-19.

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Lusa
04/12/2020 16:23 ‧ 04/12/2020 por Lusa

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Em comunicado a LPCC diz esperar que o Governo reconsidere e que inclua os doentes oncológicos com doença ativa e em maior risco, na primeira fase de vacinação para covid-19, de acordo com critérios clínicos claramente estabelecidos.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, que hoje esteve em Matosinhos para duas visitas a duas unidades de saúde, foi instado a comentar a posição da Liga Portuguesa Contra o Cancro, tendo afirmado que o plano de vacinação é "dinâmico e flexível" e que os doentes oncológicos serão vacinados na segunda fase de vacinação, que engloba um total de 2,7 milhões de pessoas.

"A evidência científica de hoje é o erro retificado de amanhã e, portanto, temos de estar sempre adequados àquilo que é a evolução e o dinamismo da própria ciência em base em critérios que são técnicos. Obviamente, que se a EMA [Agência Europeia do Medicamento] ou outro organismo vier dizer que as prioridades terão que se adequar, este plano é um plano dinâmico e flexível e adequar-se-á", salientou António Lacerda Sales em declarações aos jornalistas.

"Com cerca de 950 mil na primeira fase presumimos que podemos ter cerca de 3,6 milhões de pessoas vacinadas nestas duas fases que poderá coincidir com o primeiro semestre de 2021", sublinhou.

A par da prioridade na vacinação, a LPCC adverte que o combate ao cancro tem de ser uma prioridade contínua e que não pode ficar em segundo plano face à pandemia de covid-19.

"É fundamental o acesso aos cuidados de saúde, à qualidade do tratamento e seguimento, e é necessário melhorar o apoio social ao doente e seus familiares e cuidadores. O apoio é também determinante no dia-a-dia do sobrevivente, seja no apoio social, emocional, económico, seja em fases mais tardias da doença, sobretudo quando o doente mais dependente necessita de cuidados de proximidade", adianta o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Rodrigues.

As vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas a partir de janeiro, sendo os grupos prioritários as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.

A informação foi divulgada na quinta-feira por Francisco Ramos, coordenador do grupo que preparou o plano de vacinação, segundo o qual numa segunda fase a prioridade será para pessoas com mais de 65 anos sem patologias associadas, e pessoas com mais de 50 anos, mas com um leque mais alargado de patologias associadas, como a diabetes.

Portugal contabiliza hoje mais 79 mortos relacionados com a covid-19 e 4.935 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 4.803 mortes e 312.553 casos de infeção pelo novo coronavírus, estando hoje ativos 73.712 casos, menos 164 do que na quinta-feira.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.507.480 mortos resultantes de mais de 65,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

 

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