Portugal apoia reintegração de ex-guerrilheiros da Renamo em Moçambique

O Governo português vai disponibilizar 50 mil euros por um período de um ano para a criação de espaços comunitários de aprendizagem e diálogo na zona do Parque Nacional da Gorongosa, no âmbito das iniciativas de apoio ao acordo de paz em Moçambique.

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Lusa
07/12/2020 17:45 ‧ 07/12/2020 por Lusa

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"Este projeto piloto insere-se no âmbito do programa 'Clubes da Paz', lançado em junho de 2020 pelo Projeto de Restauração da Gorongosa, com o objetivo de apoiar o regresso e a reintegração dos ex-combatentes e das suas famílias à vida quotidiana das comunidades", disse a embaixadora de Portugal em Maputo, Maria Amélia Paiva, durante a assinatura do memorando que formaliza o apoio, na capital moçambicana.

O acordo de paz em Moçambique foi assinado em agosto de 2019 pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), prevendo, entre outros aspetos, o desarmamento, desmobilização e reintegração do braço armado do principal partido de oposição.

A iniciativa, financiada através do Camões - Instituto para a Cooperação e a Língua, pretende beneficiar toda a população em redor do parque e, especificamente, criar espaço para diálogo entre os ex-guerrilheiros da Renamo, bem como contribuir para o seu processo de formação, desenvolvendo as suas capacidades técnicas e vocacionais básicas.

"A consolidação do processo de paz em Moçambique é um objetivo que conta com o firme empenho de Portugal", acrescentou a embaixadora de Portugal em Moçambique.

Segundo dados do enviado pessoal do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Moçambique, Mirko Manzoni , de um total de 5.000 previstos, pelo menos 1.300 ex-guerrilheiros da Renamo já largaram as armas no âmbito do acordo de paz no país.

Apesar de progressos registados no processo, um grupo dissidente da Renamo (autoproclamado como Junta Militar), no centro de Moçambique, contesta a liderança do partido e o acordo de paz, sendo acusado de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estradas da região centro do país.

Os ataques armados atribuídos ao grupo, liderado por Mariano Nhongo, ex-dirigente de guerrilha, têm afetado as províncias de Manica e Sofala e já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde agosto do ano passado, em estradas e povoações locais.

O grupo exige novas condições de reintegração e a demissão do atual presidente do partido, Ossufo Momade, acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais do seu antecessor, Afonso Dhlakama, líder histórico que morreu em maio de 2018.

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