Greve com escolas a "meio gás" e algumas sem aulas no Alentejo
Escolas a funcionar a "meio gás" e algumas sem aulas são consequências no Alentejo da greve de docentes que hoje decorre no país, revelou o presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS).
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"Devido ao desfasamento de horários nas escolas", no âmbito das medidas contra a pandemia de covid-19, "ainda nos falta receber muitos dados do Alentejo, mas temos professores em greve em muitas delas" e "algumas sem aulas", disse à agência Lusa o presidente do SPZS, Manuel Nobre.
O mesmo responsável indicou as escolas básicas Manuel Ferreira Patrício, em Évora, e a de Cortiçadas de Lavre, no concelho de Montemor-o-Novo, no mesmo distrito, assim como o jardim-de-infância local, como exemplos de estabelecimentos de ensino "sem aulas", porque "100% dos docentes" fez greve.
"Temos também o Jardim-de-Infância de Santo António, em Évora, com 100% dos colegas a fazer greve", acrescentou, aludindo ainda a outras escolas pela região onde professores paralisaram, mas sem interromper as atividades letivas nos estabelecimentos.
O Centro Escolar de Montemor-o-Novo, com "60% de adesão", as escolas básicas de 1.º ciclo (EB1) da Cruz da Picada e Bairro de Almeirim, em Évora, que registam "44%" e "33%", respetivamente, são alguns exemplos.
"A EB1 de Castelo de Vide (Portalegre) tem dois dos oito professores estão em greve, ou seja, 25%, a da Mina de São Domingos, em Mértola (Beja), regista 33%, tal como a Escola Básica de 2.º e 3º ciclos de Alvito (Beja)", indicou.
Para o presidente do SPZS, o facto de haver docentes a aderir hoje à paralisação "é um sinal" de que "o Governo não pode continuar a ignorar por mais tempo os pedidos de reunião e de negociação coletiva".
"Já fizemos muitos pedidos de reunião e a última vez que reunimos com o ministro da Educação [Tiago Brandão Rodrigues] foi em janeiro, há quase um ano", criticou, acusando o ministro da tutela de "falta de cultura democrática".
Manuel Nobre argumentou que "os problemas estão a avolumar-se nas escolas", nomeadamente os subjacentes ao protesto de hoje, como "questões ligadas a esta situação de pandemia" da covid-19.
"Temos relatos de escolas na região onde não há higienização como deveria haver. Em algumas, os auxiliares só fazem uma higienização ao fim do dia, porque não conseguem fazer mais, e outras em que são alunos e professores a fazerem essa limpeza", pois, "não há auxiliares", notou o presidente do SPZS, sem especificar quais os estabelecimentos de ensino.
Turmas com demasiados alunos, o que leva a que não seja cumprido o distanciamento físico exigido nas salas de aulas, devido à covid-19, assim como a falta de 235 professores na região, foram outras das críticas deixadas pelo SPZS.
Quase 150 mil docentes desde o pré-escolar até ao ensino secundário estão abrangidos pelo protesto convocado pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
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