Pandemia transforma jantar solidário no Porto em distribuição de kits

O Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal do Porto (CCDTCMP) cumpriu hoje a tradição da ceia de Natal para os sem-abrigo e carenciados da cidade, não com um jantar, mas com a distribuição de 'kits".

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Lusa
17/12/2020 20:09 ‧ 17/12/2020 por Lusa

País

Coronavírus

Devido às restrições por força do combate à propagação do novo coronavírus, a habitual ceia de Natal que nos últimos 11 anos aconteceu nas instalações do CCD foi transformada em distribuição de 'kits' na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no Porto, aproveitando a experiência da "Porta Solidária".

"Estimamos distribuir, no mínimo, 600 refeições" declarou o presidente do CCDTCMP, Gouveia dos Santos, à conversa com os jornalistas perto da fila que a partir das 17:30 começou a ganhar expressão e onde se viam adultos jovens e idosos de ambos os sexos, num ato de solidariedade previsto para decorrer até às 20:30.

Segundo o responsável, o convite para que o evento decorresse num modelo diferente partiu do padre Rubens Marques, que gere o projeto "Porta Solidária" naquela igreja e que diariamente distribui refeições pelos mais carenciados da cidade.

"O padre Rubens, desta vez, convidou-nos para fazermos aqui a nossa ceia de Natal. Vamos fazê-lo de maneira completamente diferente, desta vez são 'kits' que incluem batatas com bacalhau, a sopa, o bolo-rei e a fruta. Levam também uma sandes, fruta e um iogurte para o almoço do dia seguinte", explicou Gouveia dos Santos.

O extra, explicou, deve-se ao facto de a população em questão ser "altamente carenciada" e, desta forma, permitir que "o almoço de amanhã [sexta-feira] seja mais confortável".

Sobre o ato solidário, o presidente daquela instituição confirmou que a distribuição de refeições "não se destina apenas a pessoas sem-abrigo".

"Infelizmente, há muita gente carenciada devido à situação que estamos a viver", assinalou Gouveia dos Santos, que pretende com este evento alertar "a consciência dos cidadãos" para a "grave situação que atormenta a sociedade".

Também o número de voluntários, confirmou o dirigente, teve de ser reduzido face ao normal nas ceias de Natal solidárias, onde "superavam a centena", tendo sido agora "entre 50 e 60" devido "à necessidade de guardar distanciamento social".

Sobre o motivo que levou a que o número de pessoas apoiadas se quedasse em 2020 pelas 600, depois de nos últimos anos oscilar entre as 800 e as 1.000, Gouveia dos Santos atribuiu-o à "falta de tempo para organizar melhor" devido aos vários constrangimentos provocados pela pandemia, e que levou a que "não tenham conseguido contactar todos os que habitualmente vinham".

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.649.927 mortos resultantes de mais de 74,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 5.902 pessoas dos 362.616 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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