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Enfermeira do Amadora-Sintra mostra marcas de "turno caótico"

Diana Bulacu Mendes 'agradece' as "mazelas físicas e psicológicas" aos que preferiram "festas em vez de cautela" e descreve o que está a acontecer nas unidades hospitalares que recebem doentes Covid-19.

Enfermeira do Amadora-Sintra mostra marcas de "turno caótico"
Notícias ao Minuto

10:13 - 08/01/21 por Notícias ao Minuto

País Covid-19

Diana Burlacu Mendes é enfermeira no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, mais conhecido por Amadora-Sintra, e ao longo dos últimos meses tem relatado o combate à pandemia da Covid-19 na página de Facebook do seu blog ‘Pedaços da Minha Vida’.

Esta quinta-feira, depois de mais um turno e perante o crescimento exponencial de novos casos, esta semana, Diana decidiu dedicar um texto “a quem, mais uma vez, preferiu festas em vez de cautela”.

A profissional de saúde começou por partilhar a imagem do seu braço onde se notam várias marcas de um “fato de astronauta”, depois de “um turno caótico”.

“Isto é o braço de quem, mais uma vez, ficou sem folga e veio dar o corpo ao manifesto. É o braço de quem, mais uma vez, está exausta, sem paciência, com mazelas (possivelmente irreversíveis) físicas e psicológicas. Isto é o braço de quem não tem mais forças para levar o mundo às costas”, explicou a jovem para, de seguida, descrever o que se passa pelas unidades de saúde que recebem doentes Covid-19.

“Hoje venho agradecer a quem, mais uma vez, preferiu festas em vez de cautela. Venho agradecer a quem fez o favor de, mesmo assintomáticos, infetarem a tia, avó e o velhote que pegou na mesma caixa de cereais do supermercado. Eles estão todos comigo. Muitos deles já não têm força para vos agradecer. A maioria vai dar o último suspiro comigo. Por isso agradeço eu por eles”, disse, utilizando a ironia para criticar os “acéfalos que continuam a tratar a Covid como marketing do Governo”.

Já com palavras sinceras, a profissional de saúde agradeceu a quem “teve um Natal de merda, porque preferiu jogar pelo seguro”.

Por fim, Diana despede-se garantindo que, apesar de estar esgotada, vai continuar a lutar contra o novo coronavírus e pela vida dos portugueses.

“Nós cá estaremos, poucos, cada vez menos, mas aguentaremos este barco em chamas, até o último de nós cair. Agora, vou tentar descansar e encontrar o meu botão reset, porque amanhã de manhã, começa tudo outra vez”, concluiu.

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