Falando numa posição unânime entre todos os diretores das faculdades de medicina, o também diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto realçou a importância destes estudantes continuarem a beneficiar de modelos formativos em contexto hospitalar, ou seja, presencial.
"É muito importante que alunos, estudantes de medicina, continuem a beneficiar de modelos formativos em ambiente hospitalar relacionando-se de forma adequada com doentes e usando os equipamentos de proteção que o pessoal de saúde está a usar", afirmou.
Para Henrique Cyrne Carvalho, é fundamental que os alunos possam ter contacto com os doentes porque esta relação médico e doente é "essencial" na estrutura do seu modelo formativo.
Os atuais alunos serão futuros médicos e é necessário que, além de conhecedores em termos científicos, sejam pessoas com aptidões e características para entender o doente, identifiquem o sofrimento e o que pode reduzir esse mesmo sofrimento, considerou.
O presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas adiantou que as faculdades estão em investir em modelos de simulação médica para ajudar os estudantes, mas esses nunca substituem o doente, nem a relação com esse.
Até ao momento, Henrique Cyrne Carvalho revelou que "poucos estudantes" em contexto hospitalar foram infetados por covid-19, nem que esses tivessem infetado os doentes.
Por esse motivo, os diretores das faculdades de medicina sugeriram ao Governo a vacinação dos alunos que estão em contexto hospitalar, contou.
"O que pretendemos é que os alunos em ambiente clínico, em proximidade e convívio direto com doentes possam beneficiar do plano de vacinação", sublinhou.
Nesta sequência, o Conselho das Escolas Médicas Portuguesas pediu já uma reunião com a tutela da Saúde, aguardando agora a sua marcação, vincou.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.861 pessoas dos 549.801 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.