O país vive dias difíceis devido ao agravamento da pandemia que tem colocado os hospitais, de Norte a Sul, sob pressão. As filas de ambulâncias à entrada das urgências têm refletido a situação complicada no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Um vídeo, captado à entrada das urgências do hospital dos Covões, em Coimbra, mostra um bombeiro de Miranda do Corvo a dar o jantar a uma doente que, segundo a SIC Notícias, esperou mais de quatro horas para dar entrada naquela unidade hospitalar.
A Ordem dos Médicos e o gabinete de crise para a Covid-19 alertaram que a linha vermelha já foi ultrapassada há muito tempo, avisando que os profissionais de saúde estão sujeitos a escolhas "complexas e difíceis".
"Os profissionais de saúde neste momento têm de tomar decisões complexas e muito difíceis em contexto de medicina de catástrofe e de estabelecimento de critérios de prioridade e não conseguem salvar todas as vidas", lia-se no comunicado 'Grito de alerta pelos doentes'.
Esta terça-feira, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) alertou que vários hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) estão atualmente em situação de rutura, "sendo incapazes de assegurar o adequado atendimento de doentes Covid e não Covid em tempo útil", descrevendo um cenário em que já falta o essencial.
"A falta de meios humanos, de camas e até de oxigénio tem levado à acumulação dos doentes em maca, à porta dos hospitais e nas ambulâncias", retratam os médicos.
Perante a situação de rutura, o SMZS aconselhou todos os médicos a entregarem minutas de escusa de responsabilidade "para que as administrações, e o próprio Ministério da Saúde, se consciencializem dos graves erros que estão a ser cometidos na gestão da pandemia". O mesmo fez a Ordem dos Enfermeiros.
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