Dez diretores de agrupamentos e escolas não agrupadas da cidade reuniram hoje à tarde, tendo tomado uma posição conjunta, em que defendem o fecho urgente das escolas e o regresso ao ensino à distância, tal como no primeiro confinamento, em março, disse à agência Lusa o diretor do Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro, António Couceiro.
Na posição conjunta, é frisado que os diretores tinham "aplaudido a abertura das escolas no regime de ensino presencial", mas face à conjuntura atual defendem a suspensão temporária deste regime, devido ao aumento exponencial de casos na sociedade e na comunidade escolar, à diminuição significativa do número de professores e assistentes técnicos e operacionais em trabalho presencial e ao "peso que o funcionamento presencial das escolas tem no aumento da mobilidade da população em geral".
"Neste momento, há que parar. É unânime: a escola tem que parar mesmo", afirmou António Couceiro.
O responsável referiu que tem sido difícil a gestão da pandemia nas escolas, considerando que o sistema híbrido - em que há alunos, professores ou turmas inteiras em casa devido a contacto com casos positivos - "é mais complicado do que o ensino à distância".
Segundo António Couceiro, a maioria dos encarregados de educação também estarão a favor do fecho das escolas, referindo que no seu agrupamento a associação de pais fez um levantamento e 70% dos encarregados eram a favor de que as escolas parassem.
"Há escolas - e na nossa também - em que já há pais que estão a proibir os miúdos de ir às escolas. Só aí cria uma desigualdade tremenda", contou António Couceiro.
O diretor do agrupamento salientou que em março as escolas também se souberam adaptar, referindo que no caso das escolas que representa foi possível assegurar acesso à internet e a computadores a todos os alunos, bem como a alimentação, que era facultada através de regime 'take away'.
"Na Eugénio de Castro estamos a ter uma média de dois a três casos por dia e não é de longe a pior escola na cidade. Há imensas escolas com casos gravíssimos", frisou.
António Couceiro vincou que nenhum dos diretores "está contra o Governo", mas defendem que este "é o momento ideal para se voltar atrás".
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