António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, deu sangue na manhã desta sexta-feira e, em declarações aos jornalistas, apontou que, à semelhança dos colegas de Governo que o acompanharam, quer "mostrar que o Serviço Nacional de Saúde funciona para além da própria pandemia". E acrescentou: "Muitas vezes condicionado pela pandemia, mas funcionamos para além da pandemia".
O governante deixou ainda uma palavra de agradecimento a todos os dadores, associações e federações por "esta resposta imediata ao apelo de dar sangue". "Mesmo neste período difícil, é necessário sempre sangue, mesmo nas Unidades de Cuidados Intensivos, nomeadamente em ECMO" e, portanto, "também respondemos em outras situações não-Covid e é necessário continuarmos a dar sangue", sublinhou Lacerda Sales.
Este apelo, considerou, foi "extraordinário", sendo que "em três dias triplicámos". O secretário de Estado deu relevo à "camada jovem que veio dar sangue e que responderam de forma extraordinária". "O que lhes pedimos é que continuem. Como é sabido os homens podem dar sangue de três em três meses, as mulheres de quatro em quatro, e não descontinuem esta atitude".
Vacinação dos políticos prioritária?
Questionado pelos jornalistas sobre a vacinação dos políticos como prioritária, Lacerda Sales respondeu que "há diferentes fases de vacinação". "Penso que a atividade política deverá ser inserida nos serviços críticos".
"Os serviços críticos são definidos pelo Ministério da Administração Interna", frisou, e sobre se esses critérios deveriam ser revistos, o secretário de Estado, advogou que "estamos sempre a adequar-nos à realidade e ao dinamismo". "Penso que é normal, ainda por cima na altura da presidência portuguesa, o grau de responsabilidade que tal situação exige, eu penso que é muito normal que possam ser adequados. Deveriam integrar os serviços críticos, tal como as forças de segurança, por exemplo".
De lembrar que o grupo de trabalho para o plano de vacinação contra a Covid-19 está a preparar uma proposta para incluir os titulares de altos cargos de decisão e os bombeiros entre os prioritários a vacinar.
Numa entrevista ao jornal Expresso, o coordenador da 'task-force', Francisco Ramos diz que está a ser trabalhada uma proposta "para que possam ser incluídos entre os prioritários os titulares de altos cargos de decisão", considerando que "é essencial estarem protegidos".
Francisco Ramos explicou que a Direção-Geral da Saúde já fez uma primeira proposta e, dentro da 'task force', "está a trabalhar-se no sentido de chegar a uma definição final".
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