A situação do Hospital Amadora-Sintra "está regularizada", esclareceu Luís Pisco, presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, ao início da manhã desta quarta-feira. "O débito de oxigénio está normal. Com a saída de doentes, voltou-se à situação inicial e a distribuição de oxigénio está sem problemas de débito, neste momento", garantiu em declarações à RTP.
Os constrangimentos na rede de oxigénio foram motivados pelo facto de a unidade hospitalar ter recebido "mais de 100 doentes do que o sistema de oxigénio, para funcionar [normalmente] deveria ter". Portanto, adiantou ainda o responsável, tem de se manter os doentes que foram transferidos "fora do hospital até esta situação estar regularizada, o que poderá ser antes do fim de semana".
Luís Pisco revelou ainda que, apesar de o aumento da procura ser expectável, "não era expectável que fossem tantos doentes. De facto, o Amadora Sintra tem 363 doentes internados, o que excede em muito o esperado. Nenhum plano de contingência o previa. Todos os dias temos uma quantidade enorme de casos, que se reflete em internamentos hospitalares".
Para contornar a situação, a unidade hospitalar está a "aumentar a capacidade de armazenamento com depósitos redundantes e por isso vai chegar um depósito novo e estão a ser feitas redes independentes, como na urgência". O prazo para esta remodelação, adiantou Luís Pisco, "é de duas semanas, mas o mais importante no momento poderá durar até ao fim de semana".
O presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo destacou o "funcionamento em rede dos hospitais", que permitiu encaminhar 53 doentes do Amadora-Sintra. Para evitar que o cenário se repita, "estes doentes não poderão regressar, nem podemos aumentar muito o número de doentes".
Em relação aos restantes hospitais, Luís Pisco indicou que a pressão e notória, mas não se prevê falta de oxigénio. "Todos os hospitais estão com muitos doentes Covid e há uma reposição quase diária [de oxigénio] para suprir as necessidades".
O Hospital Amadora-Sintra também garantiu hoje que a rede de oxigénio medicinal já está a funcionar de forma estabilizada e em segurança, depois dos problemas relatados na terça-feira.
Em comunicado, o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) diz que se mantém a monitorização permanente do fluxo da rede de oxigénio medicinal e garante que nunca esteve em causa "a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede", explicando que os constrangimentos se prenderam com "a dificuldade existente em manter a pressão".
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