"Os restantes doentes [335] estão internados em enfermaria e nas urgências, a aguardar para subir para os pisos", indicou à Lusa Daniel Ferro.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que integra o Hospital de Santa Maria, adiantou que a média de doentes internados diariamente naquela unidade é de 25 e, "cada vez mais, de escalões etários mais baixos".
"A noção que temos nesta segunda fase é que têm sido assistidas pessoas nos escalões etários mais baixos e, de um modo geral, a gravidade também é maior", salientou.
Questionado pela Lusa sobre a eventual falta de camas e de meios o administrador apontou para a "enorme pressão" a que o Santa Maria está sujeito, com a chegada diária de muitos doentes, sublinhando que a unidade hospitalar "está no limite".
"Somos neste momento o hospital que tem mais doentes. Temos recebido doentes de outros hospitais que, por vezes, suspendem a receção de doentes na urgência. Tudo isso faz com que a pressão seja grande e que, à medida que as necessidades existem, vamos abrindo enfermarias e é o que temos feito e é o que faremos nesta altura", assegurou.
Apesar desta situação "limite", Daniel Ferro apelou à tranquilidade dos portugueses e garantiu que "até agora ninguém deixou de ser tratado e de receber os cuidados de que necessita", dada a "qualidade e o profissionalismo dos profissionais de saúde".
"A imagem que temos de passar é de tranquilidade, mas ao mesmo tempo também partilhar o risco de estarmos no limite da capacidade dos serviços de saúde. Os serviços só poderão manter este nível se houver cada vez menos infeções e cada vez menos hospitalizações", alertou.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.285.334 mortos resultantes de mais de 104,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 13.740 pessoas dos 755.774 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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