Infecciologistas defendem que testar não basta. São necessárias "coimas"
Responsáveis dizem que é preciso monitorizar melhor os casos Covid-19.
© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images
País Covid-19
Dois diretores dos serviços de infecciologia de dois dos principais hospitais portugueses consideraram, esta quarta-feira, na Comissão Parlamentar que acompanha as respostas à pandemia, que testar não basta.
As autoridades de saúde têm de monitorizar melhor os casos Covid-19 e, se necessário, tomar medidas persuasivas para lidar com os incumpridores do confinamento declarado pelo Estado de Emergência, defenderam os especialistas.
António Sarmento, diretor do Serviço de Infecciologia do Hospital de São João, no Porto, salientou que “é importante testar, testar, testar”, contudo, isto “não basta”. Quem tem um teste positivo tem de ter alguém a orientar à posteriori, a dar “instruções”, a “limitar”, “a monitorizar em casa”. “Isso é realmente, muito importante”, frisou o profissional de saúde.
Já Fernando Maltez, diretor do Serviço de Infecciologia do Curry Cabral, em Lisboa, mostrou-se revoltado com os que não acatam as medidas do Estado de Emergência e garantiu que a única solução para estas pessoas é aplicar multas.
“No fim de semana imediato às medidas de confinamento terem sido implementadas assistiram-se a prevaricações de uma maneira desafiadora para quem quisesse ver. Choca-me que não tenham sido tomadas medidas - sem ter aqui de forma nenhuma um ditador -, mas deveriam ter sido tomadas medidas persuasivas, coimas, de modo a evitar esses desvarios”, atirou.
Os especialistas participaram, esta quarta-feira, na Comissão Parlamentar onde esteve também a ministra da Saúde, Marta Temido.
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