Cáritas de Beja registou aumento superior a 25% nos pedidos em 2020

A Cáritas Diocesana de Beja registou em 2020 um aumento superior a 25% no número de pessoas a pedir apoio, em comparação com o ano anterior, revelou o presidente da organização local, Isaurindo Oliveira, em declarações à Lusa.

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Lusa
11/02/2021 15:20 ‧ 11/02/2021 por Lusa

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Covid-19

O aumento reflete-se num apoio a 5.863 pessoas, correspondente a 2.419 famílias, no ano marcado pelo início da pandemia de covid-19, em março, em contraste com as 3.883 pessoas de 1.927 famílias apoiadas em 2019.

O aumento anual de 25,53% nos pedidos de apoio, face a 2019, teve um impacto ainda maior do ponto de vista financeiro, tendo a Cáritas de Beja mobilizado 27.342 euros através do Fundo de Emergência Social Diocesano e dos Grupos Paroquiais de Ação Social.

Trata-se de um aumento de 32,7% em relação a 2019, ano no qual foram gastos 20.594 euros em donativos financeiros para apoios económicos a famílias com dificuldades.

"Serviu, sobretudo, para pagar despesas como arrendamento privado, luz, água, gás, cartões do cidadão, transportes públicos, medicação crónica, bens de primeira necessidade e bens alimentares para famílias em isolamento profilático com carência económica e quando não existe outra resposta alimentar", especificou Isaurindo Oliveira.

Segundo a coordenadora técnica do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) da Cáritas de Beja, Ana Soeiro, o aumento dos pedidos de ajuda está relacionado com o facto de "alguns agregados familiares" terem sido "afetados pelas restrições" do estado de emergência decretado devido à pandemia de covid-19.

"Os contratos eram precários e foram dispensados sem quaisquer direitos de proteção social, solicitando apoio alimentar e económico para despesas fixas mensais", explicou à Lusa Ana Soeiro.

Além disso, acrescentou, "com exceção dos lares", as ofertas de trabalho têm sido menores e "as despesas fixas das famílias também aumentaram", já que o agregado familiar passa mais tempo em casa, "designadamente as crianças".

Por outro lado, o facto de as famílias não verem cortados os serviços básicos, "por causa do estado de emergência", também contribuiu para "um agravamento das dívidas", que acabaram por se acumular e, agora, "de forma alguma conseguem fazer face às mesmas", disse a responsável.

"Outro aspeto tem sido as famílias inteiras em isolamento profilático. No caso das pessoas que estão a trabalhar, apenas recebem no mesmo mês os dias que trabalharam, pois os dias em isolamento só irão receber no mês seguinte. No caso das pessoas que trabalham sem contrato e sem descontos, os dias que ficam em isolamento não recebem nem têm direito a qualquer subsídio", apontou Ana Soeiro.

Segundo a coordenadora técnica do Serviço de Atendimento Social Diocesano (SASD), Teresa Martins, tratam-se, sobretudo, de "pessoas que trabalham na restauração e na agricultura".

"Perderam os seus empregos e a redução no vencimento deixou-as em situação de vulnerabilidade. O encerramento das escolas também fez aumentar os pedidos alimentares e financeiros, pois as crianças em casa consomem mais alimentos e energia elétrica", afirmou.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.355.410 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 14.885 pessoas dos 778.369 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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