Uma embarcação de pesca colidiu com um ferry no rio Tejo, esta tarde de segunda-feira, enquanto se dirigia para a apanha da amêijoa, provocando dois feridos e dois desaparecidos. Entretanto, a Transtejo/Soflusa determinou "a instauração imediata de um inquérito interno" para apuramento das circunstâncias e responsabilidades, tendo dado conta de que o mestre do navio de passageiros terá tentado evitar o embate através de vários alertas sonoros, que terão sido ignorados pela embarcação de pesca. Eis o que se sabe.
Numa resposta enviada à agência Lusa, a empresa explicou que o navio catamarã ‘Antero Quental’, que fazia a ligação entre o Barreiro e Lisboa, foi abalroado por uma embarcação de pesca, pelas 16h55.
O mestre do navio de passageiros terá tentado evitar a colisão com vários alertas sonoros, que terão sido ignorados pela embarcação de pesca, de acordo com a entidade.
A Transtejo/Soflusa assegurou ainda que, após o acidente, foi levado a cabo o procedimento habitual nestas circunstâncias, nomeadamente a realização de um exame de alcoolemia ao mestre do navio, "cujo resultado foi de 0,0g/l de álcool no sangue".
De qualquer modo, o Conselho de Administração da empresa determinou a instauração imediata de um inquérito interno, para apuramento das circunstâncias e responsabilidades da ocorrência.
Antes, o capitão do porto de Lisboa, Paulo Rodrigues Vicente, tinha adiantado que as buscas pelos dois pescadores desaparecidos decorreriam "até que [fosse] possível". As operações foram, entretanto, suspensas, "sem que se tivesse encontrado as vítimas".
"As buscas foram interrompidas esta noite e serão retomadas amanhã de manhã, com recurso a embarcações da Estação Salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa, da Estação Salva-vidas de Cascais, dos Bombeiros Sapadores de Lisboa e dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Por terra, estarão empenhados meios do Comando-local da Polícia Marítima de Lisboa a realizar patrulhas nas duas margens do rio", detalhou a Autoridade Marítima Nacional (AMN), em comunicado.
O comandante da Polícia Marítima confirmou ainda que foi o mestre da embarcação de passageiros a dar o alerta, pelas 17h05, tendo conta de que tinha colidido com uma "embarcação mais pequena", com quatro ocupantes. Os dois feridos, um com gravidade e outro ligeiro, foram transportados para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, depois de terem sido resgatados junto ao cais da Margueira e assistidos pelos Bombeiros Voluntários de Cacilhas.
O responsável detalhou que um helicóptero da Força Aérea foi "acionado cerca de 40 minutos após o acidente", tendo ressalvado que as buscas prosseguirão tendo em conta as "tabelas normais de sobrevivência na água".
Durante as operações de mergulho, foi encontrada "uma ganchorra e vários apetrechos de pesca", que podem indiciar que os pescadores "iam para a prática da apanha da amêijoa".
"Os canais que as embarcações de transportes de passageiros usam, quer para o Seixal, quer para o Barreiro, são frequentados, são cruzados diariamente por muitas embarcações", admitiu o capitão do porto, confirmando que a colisão ocorreu dentro desse canal.
A empresa responsável pela ligação fluvial entre o Seixal, Montijo, Cacilhas, Barreiro e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal e Lisboa, garantiu que o transporte de passageiros na ligação fluvial Barreiro - Terreiro do Paço mantém-se ativo e regular.
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