Número de casos e de surtos baixou no distrito de Santarém
O número de casos da covid-19 e de grandes surtos em lares no distrito de Santarém baixou "bastante", deixando "alguma esperança" de que o pior tenha passado, disse hoje o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil.
© Rita Franca/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
País Proteção Civil
Miguel Borges, que preside igualmente à Câmara Municipal do Sardoal, disse à Lusa que os mais recentes dados do distrito de Santarém apontam para um total de 1.147 casos ativos (764 na Lezíria e 383 no Médio Tejo), tendo sido registados, desde o início da pandemia, em março de 2020, 23.902 casos (11.607 na Lezíria e 12.295 no Médio Tejo) e 630 óbitos (323 na Lezíria e 307 no Médio Tejo).
Realçando o impacto positivo do confinamento em vigor desde meados de janeiro, o autarca salientou ainda o processo de vacinação nos lares, sobretudo de funcionários e dos que mantêm contacto mais direto com os idosos (principais focos de contaminação).
Miguel Borges afirmou que nos lares que não tiveram surtos o processoestá em fase final de aplicação da segunda dose, estando a decorrer a primeira inoculação naqueles que tiveram casos de infeção pelo novo coronavírus, mas que estão já curados, persistindo ainda algumas situações preocupantes em algumas estruturas, sobretudo não legalizadas pela Segurança Social.
Segundo o autarca, na estrutura de retaguarda existente em Fátima encontram-se 37 utentes transferidos de instituições com surtos, 10 dos quais internados no Centro Hospitalar do Médio Tejo e alguns, que já tiveram alta, a aguardar saída.
O presidente da Comissão Distrital de Santarém da Proteção Civil afirmou que a Segurança Social tem conseguido encontrar respostas para os idosos em todas as situaçõesem que foi solicitada pelas famílias, realçando que algumas acabam por fazer outras opções.
Para Miguel Borges, passada a pandemia, o processo de legalização das estruturas ilegais deve ser revisto, de forma a que as que têm condições, mas não cumprem os requisitos rigorosos que se aplicam tanto às estruturas pequenas como às grandes, possam funcionar.
Por outro lado, afirmou, é preciso acabar com as situações "completamente desumanas e algumas a roçar a criminalidade" que a pandemia acabou por revelar.
Lamentando o atraso na chegada das vacinas ao país, Miguel Borges afirmou que este é um processo que obriga a uma reavaliação quase diária do que vai sendo planeado, dando como exemplo a previsão inicial de um primeiro conjunto de alguns milhares de vacinas para iniciar a vacinação do primeiro grupo da população referenciada pelos centros de saúde do distrito, quando chegaram apenas 204 (102 para a Lezíria e 102 para o Médio Tejo).
"A expectativa é que na próxima semana chegue um número significativo" de vacinas, tanto para os utentes com mais de 80 anos e com mais de 50 com doenças de risco como para os bombeiros, declarou.
O autarca afirmou que a demora cria alguma "instabilidade e sensação de insegurança" na população, depois de uma campanha de comunicação sobre as convocatórias, mas frisou tratar-se de uma situação que decorre do fornecimento das vacinas contratadas pela União Europeia e que o país "não consegue controlar".
O representante salientou como positivo, na comparação com outros países, o facto de Portugal ter assegurado que quem toma a primeira dose receberá no devido tempo a segunda inoculação.
Sobre o processo de convocatória da população, o autarca acredita que estão a ser usados mecanismos que permitem garantir que todos serão contactados, seja por SMS, por telefone ou por carta, estando, neste último caso, as autarquias (Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia) disponíveis para "entregar em mão", dados os atrasos que ocorrem nas entregas pelos CTT. Há igualmente disponibilidade para colaborar caso haja necessidade de transporte.
Portugal teve esta semana a média diária de novos casos de contágio pelo novo coronavírus mais baixa desde 31 de dezembro, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Nos indicadores semanais sobre a pandemia, o INE registou na quarta-feira um total de 29.511 casos acumulados nos sete dias anteriores, correspondentes a 4.216 novos casos em média por dia, "o valor mais baixo desde 31 de dezembro de 2020".
O número de novos casos confirmados nos sete dias anteriores tem vindo a descer desde 28 de janeiro.
Em 10 de fevereiro, verificou-se uma taxa de incidência de 903 novos casos por 100 mil habitantes nos 14 dias anteriores, abaixo do máximo de 1.667 novos casos por 100 mil habitantes atingido no dia 29 de janeiro.
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