O matemático Henrique Oliveira traçou, na SIC Notícias, um panorama da situação pandémica e de desconfinamento no nosso país. O também professor do Instituto Superior Técnico (IST) explicou que "o número de mortes desce sempre mais devagar do que o número de infeções, porque há um grande atraso entre o dia da infeção e o dia do óbito".
Por isso, prosseguiu, "não é para desesperar pelo facto de os óbitos estarem a descer muito devagar", uma vez que tal situação era "muito previsível". Já quanto a infeções, "a descida é rápida porque também a subida foi muito grande".
"Os novos casos de infeção diária estão realmente a reduzir, mas a tendência de descida vai começar a abrandar a partir de agora. Começa a fazer efeito o confinamento e os contágios começam a descer", indicou.
Já quanto ao desconfinamento, o especialista referiu que "os níveis de perigo da infeção atualmente em Portugal estão muito semelhantes ao que aconteceu no dia 19 de dezembro. Portanto, temos de ser ainda muito prudentes".
"Imagine-se que se desconfinava tudo agora. Poderíamos correr um risco de explosão de casos na altura da Páscoa, seria terrível. Não podemos abrir a guarda tão depressa", indicou Henrique Oliveira.
O professor frisou ainda que tinha previsto que se "podia estudar o desconfinamento a partir de 22 de março" mas, "como a descida foi muito boa entre final de janeiro e agora, penso que podemos antecipar esse estudo para entre 5 a 12 de março".
A população terá de continuar a vencer o "cansaço" face à pandemia, defendeu, não podendo "baixar a guarda" e mantendo a "paciência". "Porque se nós tivermos paciência, depois da Páscoa vamos conseguir com certeza desconfinar a sério e vamos conseguir ter um bom verão", concluiu.
De recordar que Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais 105 mortes (um aumento de 0,67%) e 1.944 novos casos (uma variação de 0,25%) do novo coronavírus. No total, desde o início da pandemia, foram contabilizados 15.754 óbitos e 792.829 infeções confirmadas.
Em internamento mantêm-se 3.819 pessoas, menos 318 em relação a ontem. Já nos Cuidados Intensivos as boas notícias continuam: estão, atualmente, 688 casos, menos 31 do que na quarta-feira.
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