Covid-19: Habitantes de Gaia convocados para vacinação em Gondomar

Habitantes de quatro freguesias de Vila Nova de Gaia foram convocados para vacinação contra a covid-19 na Lomba, Gondomar, uma situação que gerou contestação nas redes sociais e que a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) admite mudar.

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© INA FASSBENDER/AFP via Getty Images

Lusa
22/02/2021 22:32 ‧ 22/02/2021 por Lusa

País

Covid-19

"Vacinação 25/02/2021 as 09:03 no Pavilhão Gimnodesportivo Lomba" é o excerto de uma das mensagens que seguiu para habitantes de Sandim, Olival, Lever e Crestuma elegíveis na fase de vacinação dedicada a pessoas com 80 e mais anos, bem com mais de 50 anos, mas com comorbilidades associadas e doenças crónicas que está a decorrer por todo o país.

Estas quatro freguesias ficam no limite de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, margem sul do rio Douro, encostadas a concelhos do distrito de Aveiro.

A Lomba é uma das poucas freguesias do concelho de Gondomar, distrito do Porto, que se localiza na margem esquerda do rio Douro, ou seja também a sul.

"A vacinação na União de Freguesias, Sandim, Olival, Lever e Crestuma começa com a maior sem vergonha que se pode admitir, estão a convidar os idosos para irem para a Lomba de Gondomar imaginem Lomba de Gondomar sem meios de transporte (...). Existem muitos locais onde na união de freguesias, poderiam por um centro de vacinação, vergonha vergonha, não serve só levar o dinheiro ao fim de mês", é uma das mensagens que se leem nas redes sociais, desta feita a acompanhar uma publicação do jornal "O Gaiense" sobre vacinação.

Contactado pela agência Lusa o autor Gonçalo Guedes, de 81 anos, e antigo autarca da Assembleia da Freguesia de Crestuma como independente indicou ter conhecimento de vários casos, estando a tentar, descreveu, "mobilizar um movimento de contestação que impeça a situação de avançar".

"Eu no meu caso tenho problemas cardíacos, mas há muitas pessoas que não podem deslocar-se por terem pouca mobilidade e depois ainda lhes pedem para ir para a Lomba, onde não há transportes e as acessibilidades são muito difíceis", descreveu.

Esta crítica foi hoje também acompanhada por um dos vereadores do PSD da câmara de Vila Nova de Gaia, Cancela Moura, que numa reunião camarária que decorreu por videoconferência devido às contingências da pandemia do novo coronavírus perguntou ao executivo socialista se tinha conhecimento da situação.

"Sei que não é possível ter um centro de vacinação por centro de saúde e ao lado de cada casa, mas pedir às pessoas para ir à Lomba em vez do centro de vacinação de Gaia é incompreensível. Para a Lomba seguem pela [estrada nacional] 222 e para Gaia em 15 minutos estão no pavilhão das Pedras [centro de vacinação criado no concelho] pela [autoestrada] A41 ou A32", referiu Cancela Moura.

Em resposta, o presidente da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, remeteu a gestão da vacinação para a ARS-N, mostrando disponibilidade para "ajudar com alternativas no concelho".

Já no final de uma reunião que durou cerca de duas e meia, o vice-presidente da autarquia de Gaia, Patrocínio Azevedo, esclareceu, após contacto com a ARS-N, que este é um "caso excecional" e que será montada uma estrutura alternativa nos Carvalhos, em Gaia.

A agência Lusa contactou a ARS-N que apontou para um esclarecimento da direção executiva do Agrupamento de Centros de Saúde de Espinho/Gaia.

"A intenção de se convocarem as pessoas de freguesias limítrofes à freguesia da Lomba foi decidido por uma questão de proximidade, visto que estava a decorrer vacinação nesse local, tendo em conta dificuldades nos transportes, manifestadas pelos utentes, para se deslocarem ao centro de vacinação situado em Espinho", lê-se no esclarecimento.

No mesmo texto este agrupamento de centros de saúde diz "estar a trabalhar no sentido de, tão breve quanto possível, abrir outro centro de vacinação, desta feita nos Carvalhos, local para onde os utentes destas freguesias serão convocados".

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.466.453 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.023 pessoas dos 798.074 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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