Sessão criada por alunos do Liceu Camões interrompida por ataque racista

Direção da escola assegurou que já foi apresentada uma queixa sobre o caso ao Ministério Público e garante que os atos racistas e discriminatórios não ficarão impunes.

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Mafalda Tello Silva
23/02/2021 09:54 ‧ 23/02/2021 por Mafalda Tello Silva

País

Racismo

A Escola Secundária de Camões informou, esta terça-feira, que teve conhecimento da ocorrência de uma intervenção racista, por parte de um grupo anónimo, durante uma sessão online organizada pela Associação de Estudantes do estabelecimento de ensino.

Em comunicado, o liceu conta que o ataque ocorreu na passada quinta-feira, dia 18 de fevereiro, durante um debate virtual subordinado ao tema 'Influência da Escravatura no Sistema - Racismo Institucional', organizado pelos alunos em parceria com a Fonte, núcleo de jovens africanas/os na diáspora em Portugal.

"Um grupo de pessoas, de identidade desconhecida, interrompeu, com desenhos, fotografias e injúrias de teor racista, a sessão online", pode ler-se na referida nota.

Segundo a escola, na sequência do incidente, já foi apresentada queixa ao Ministério Público, "no âmbito do Cibercrime, contra um ato de Discriminação e incitamento ao ódio e à violência, conforme previsto no Artigo 240º, nº 2, al. b), do Código Penal".

Ainda assim, a direção do liceu garante que já se encontra "a discutir e a ponderar" possíveis estratégias para "prevenir e evitar a entrada de pessoas estranhas com ações intencionais de discriminação, nas suas várias vertentes".

Agradecendo o trabalho que tem vindo a ser promovido pela Associação de Estudantes da Escola Secundária de Camões e sublinhando que as iniciativas dos alunos vão continuar a ser promovidas, a escola conclui: "Estes atos não podem ficar impunes! É a nossa liberdade que está em causa".

O ataque durante o debate virtual foi inicialmente avançado, ontem, pelo Público. De acordo com o jornal, que teve acesso à gravação da sessão, a invasão foi protagonizada por mais do que uma pessoa e o ataque contou com a partilha de imagens de suásticas e de pessoas negras violentadas no ecrã, enquanto se ouviam vozes em inglês a dizer: "preto volta para África", "preto cala-te" ou a imitar o som de macacos.

Leia Também: SOS Racismo repudia petições que exigem deportação de Mamadou Ba

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