Linha de Apoio Psicológico a Norte atendeu 7.850 chamadas em 10 meses

A Linha de Apoio Psicológico da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), criada durante a primeira vaga da pandemia, atendeu em 10 meses cerca de 7.850 chamadas, a maioria com queixas de ansiedade, depressão e perturbação do sono.

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Lusa
24/02/2021 12:18 ‧ 24/02/2021 por Lusa

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Covid-19

De acordo com a administração regional, a Linha de Apoio Psicológico da ARS Norte (LAP ARSN) que completou 10 meses de funcionamento no dia 14 de fevereiro, atendeu cerca de 7.700 chamadas de utentes e mais de 150 profissionais de saúde devido à covid-19.

"Perante esta situação de indefinição que a pandemia nos provoca e a indefinição em termos do tempo do que vai suceder, as reações de ansiedade, são as reações mais frequentes", indicou Luís Pimentel, que integra a equipa de coordenadores da Linha.

Em muitos casos, esta sintomatologia, explica o psicólogo clínico, está relacionada com a alteração dos contextos de vida durante a pandemia, no âmbito da vida familiar e na dinâmica profissional, que se traduzem numa "reserva de contacto e de proximidade" com os outros.

Para os profissionais de saúde, a linha tem ainda um papel mais relevante, ao permitir que, sob a garantia de anonimato e "confidencialidade total", se possam "reorganizar" e adaptar ao contexto vivido, muitas vezes causador de "burnout" (esgotamento profissional), não só entre os que estão na linha da frente, mas também na retaguarda e em regime de teletrabalho.

Para além da ansiedade, entre a sintomatologia mais frequente dos contactos feitos para a linha destaca-se a depressão e a perturbação do sono, bem como, no que diz respeito à área social, os problemas com a vivência da doença, e dificuldades na esfera relacional e as dificuldades de natureza económica e os problemas laborais.

Os resultados indicam que em apenas 9% dos casos, houve necessidade de sinalização para a Rede de Cuidados de Saúde Primários.

"Em cada Agrupamento de Centro de Saúde (ACeS) e em cada unidade da DICAD [Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências] temos um psicólogo, pelo que, se entendermos que é uma situação que exige continuidade, sinalizamos e, dentro do ACeS, é encontrada a melhor forma de dar seguimento e de responder às necessidades dos utentes", explicou o psicólogo clínico, salientando que a linha não tem como objetivo a promoção de uma resposta estruturada de acompanhamento psicológico.

À Lusa, Luís Pimentel referiu ainda que a procura pela Linha de apoio criada pela ARS-N tem oscilado ao longo da pandemia, tendo experienciado um primeiro pico, durante a primeira vaga, no mês de maio de 2020, e um novo pico "neste momento", com um crescimento gradual da procura.

Atualmente a linha conta com 50 profissionais que rotativamente asseguram o apoio psicológico, um número que pode vir a ser reforçado em caso de necessidade, assegura.

Em funcionamento desde 14 de abril de 2020, a linha, que tem como objetivo a promoção da saúde mental, oferece uma primeira resposta de cuidados psicológicos a utentes e profissionais de saúde, contribuindo para uma gestão mais adequada da situação de crise e para a prevenção do pânico, agitação, agressividade, conflitos, violência e doença psicológica.

Disponibilizando cuidados psicológicos, funciona como um espaço de escuta ativa, de expressão emocional, facilitando processos adaptativos e promovendo a resiliência psicológica e um maior bem-estar psíquico.

Tendo como destinatários a população de toda a Região Norte, bem como os, profissionais de saúde da própria administração regional, o número 22 04 11 200 funciona de segunda 2.ª a 6.ª feira, dias úteis, das 08:00 às 20:00.

A iniciativa resulta da conjugação de sinergias e cooperação entre as estruturas diretivas e organizativas da ARS Norte, dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), das Unidades Locais de Saúde (ULS) e da DICAD.

Em Portugal, morreram 16.086 pessoas dos 799.106 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Leia Também: Pandemia teve impacto negativo na saúde mental dos jovens portugueses

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