Segundo Berta Nunes, o número de pessoas em situação considerada prioritária aumentou nestes últimos dias, das cerca de 70 inicialmente previstas, para 100.
"São pessoas que têm necessidade de regressar por razões de saúde, problemas familiares ou financeiros", explicou a secretária de Estado, em declarações à Lusa.
"Apenas uma pessoa recorreu ao repatriamento", afirmou Berta Nunes, adiantando que esta foi uma situação analisada e verificada pelos serviços consulares portugueses no Brasil, e tratava-se "efetivamente", de alguém numa situação de grande vulnerabilidade.
Porém, sublinhou que a pessoa em questão, que agora contou "com o apoio consular, terá de reembolsar o dinheiro ao Estado", mais tarde.
"Essa ideia de que o voo de repatriamento é pago pelo Estado é errada", esclareceu a secretária de Estado, acrescentando: "O que Estado está a fazer é a dar a possibilidade às pessoas de regressarem".
"Não há voos grátis, nem no início da pandemia houve", afirmou Berta Nunes, lembrando que as autoridades portuguesas têm vindo a fazer sucessivos alertas para as pessoas não viajarem a não ser por razões "essenciais".
A responsável do Governo aproveitou a ocasião para apelar a todos os que viajam neste avião que cumpram "rigorosamente a quarentena" a que estão obrigadas para que não coloquem outras pessoas em risco.
Segundo a Secretária de Estado, o avião que trará de regresso a Lisboa, no próximo sábado, os portugueses retidos no Brasil "tem 298 lugares e está completo".
"A grande maioria já tinha voos TAP", comprados e marcados, que foram cancelados, adiantou.
Questionada sobre a possibilidade de o Estado negociar com companhias de aviação a transferência de passagens de uma para outra, Berta Nunes disse que isso não foi equacionado, mas admitiu a necessidade de um novo voo no futuro.
A 17 de fevereiro o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou o repatriamento de portugueses que se encontram no Brasil e que precisam de regressar a Portugal por "razões humanitárias".
Em 27 de janeiro, o Governo suspendeu os voos de e para o Brasil entre os dias 29 de janeiro e 14 de fevereiro, uma medida "de último recurso", que já foi prorrogada, e que o ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu ser necessária tendo em conta a "situação muito difícil" que se vivia em Portugal em relação à pandemia de covid-19.
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