Um ano de Covid-19: Principais acontecimentos da pandemia em Portugal

Um ano após o início da pandemia de covid-19 em Portugal, o país aproxima-se de um milhão de infetados e regista mais de 16.000 mortes.

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Lusa
02/03/2021 10:21 ‧ 02/03/2021 por Lusa

País

Covid-19

Num ano de confinamentos e desconfinamentos Portugal sofreu três vagas de covid-19, a pior em janeiro deste ano, e habitou-se à nova realidade. Em 2020 foi preciso chegar a 10 de abril para haver um acumulado de 435 mortes e 15.472 infeções. Em janeiro chegaram a ser quase esses os números diários.

São os seguintes, cronologicamente, os principais momentos da pandemia em Portugal:

02 mar - A ministra da Saúde anuncia os dois primeiros casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus. Os funcionários públicos são colocados em teletrabalho ou isolamento profilático sem perda de salário.

05 mar - A TAP anuncia que vai cancelar mais de mil voos em março e abril. É a queda a pique de viagens de avião em todo o mundo.

09 mar - São anunciados em catadupa adiamentos e cancelamentos de iniciativas diversas, são encerrados ou condicionados os acessos a alguns serviços públicos e condicionadas visitas a hospitais, e escolas de norte a sul suspendem as aulas presenciais, incluindo universidades.

No Algarve são canceladas 60% das reservas dos hotéis, o início da maior queda no turismo e restauração alguma vez sentida.

O ministro da Administração Interna anuncia a suspensão de todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas pela covid-19 em Itália e recomenda a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas ou em espaços fechados com mais de mil.

11 mar - O número de infeções em Portugal passa para 59, quando a Organização Mundial de Saúde declara a doença covid-19 como pandemia.

12 mar - O Governo decide que as escolas de todos os graus de ensino suspendem as atividades presenciais. É anunciado o encerramento de discotecas, redução da lotação na restauração e limitação de pessoas em centros comerciais. É o início da crise no setor da restauração e diversão noturna.

13 mar - O Presidente da República promulga o diploma do Governo com medidas extraordinárias.

A Conferência Episcopal Portuguesa suspende as missas, catequeses e outros atos de culto.

15 mar - Marcelo Rebelo de Sousa convoca o Conselho de Estado para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

16 mar - O número de infetados sobe para 331, no dia em que é anunciada pela ministra da Saúde a primeira morte no país, um homem de 80 anos que tinha várias patologias associadas.

18 mar - O Presidente da República decreta o estado de emergência por 15 dias, que contempla o confinamento obrigatório e restrições à circulação na via pública.

19 mar -O Conselho de Ministros (CM) decide que os estabelecimentos com atendimento público devem encerrar e o teletrabalho é generalizado.

21 mar - Com o país em casa surgem as primeiras notícias de infeções em lares. As infeções e mortes em lares serão uma constante a partir de então.

02 abr - A Assembleia da República aprova a proposta do Presidente da República, da véspera, que prolonga o estado de emergência até ao final do dia 17 de abril.

Entre as novas medidas está a proibição de deslocações para fora do concelho de residência no período da Páscoa, e o encerramento de todos os aeroportos no mesmo período a voos de passageiros.

O Governo anuncia também que vai propor um perdão parcial de penas para crimes menos graves, e agilização de indultos presidenciais, para evitar propagação do vírus nas cadeias. Serão libertados até fins e abril 1.867 reclusos.

09 abr - O primeiro ministro anuncia que até ao 9.º ano todo o terceiro período prosseguirá com ensino à distância, mantendo-se os apoios às famílias com filhos menores de 12 anos. As aulas na RTP Memória começam a 20 de abril.

16 abr - Marcelo Rebelo de Sousa propõe ao parlamento a segunda prorrogação do estado de emergência, para vigorar até 02 de maio. O parlamento aprova o decreto.

25 abr - Um parlamento mais reduzido em termos de deputados e convidados faz um minuto de silêncio pelas vítimas da covid-19, nas comemorações do 25 de Abril.

Marcelo Rebelo de Sousa diz no hemiciclo que o 25 de Abril "é essencial e tinha de ser evocado", e António Costa afirma que o estado de emergência não suspende a democracia.

30 abr - O Governo aprova em CM um plano de transição do estado de emergência para uma situação de calamidade.

Serviços culturais começam a abrir, mas continua o teletrabalho, os transportes públicos circulam com menos pessoas e as máscaras são obrigatórias, ajuntamentos e mais de 10 pessoas são proibidos e abrem com condições serviços públicos, tudo a partir de dia 04 de maio.

No calendário de desconfinamento fica para 18 de maio a abertura de restaurantes e cafés e início das aulas presenciais no 11.º e 12.º ano. As creches podem começar a abrir nessa data.

02 mai - Termina o terceiro período do estado de emergência, que começou a 18 de abril e começa no dia seguinte a situação de calamidade.

07 mai - O Governo anuncia a proibição de festivais de música e eventos análogos até setembro.

13 mai - As tradicionais celebrações católicas em Fátima decorrem "à porta fechada".

15 mai - O Governo prolonga a situação de calamidade até final do mês. Decide também regras de distanciamento para as praias a partir de 06 de junho.

Uso de máscaras nas escolas e transportes públicos é obrigatório a partir dos 10 anos.

16 mai - Portugal regista 1.203 mortes e 28.810 infeções.

Ao contrário do que pedia em março o primeiro-ministro solicita que os portugueses regressem às ruas, frequentando lojas, restaurantes e cafés, embora com cautelas.

29 mai - O Governo aprova a terceira fase do plano de desconfinamento, com restrições e regras especiais para a área de Lisboa, devido ao aumento de casos de covid-19.

Aprova também o prolongamento da situação de calamidade até 14 de junho, o fim do dever cívico de recolhimento a partir de 01 de junho, os julgamentos presenciais a partir de 03 de junho, e a utilização da capacidade normal dos restaurantes, desde que assegurem distancia e usem acrílico entre clientes.

03 jun - António Costa diz no parlamento que os custos económicos e sociais provocados pela covid-19 "são absolutamente brutais" e que todos os indicadores apontam para uma queda "recorde" do Produto Interno Bruto (PIB) e uma subida "exponencial" do desemprego.

Os números e estimativas sobre a queda económica surgem quase diariamente, incluindo o PIB, a dívida pública ou o défice, mas também números das áreas da produção, das vendas, da hotelaria e restauração. Em todos os casos o cenário é muito negativo.

Recomeça a I Liga de Futebol, à porta fechada, com um jogo entre o Portimonense e o Gil Vicente.

04 jun - É aprovado pelo Governo o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) bem como medidas e apoio social e a contratação de mais profissionais de saúde.

09 jun - É aprovado o Orçamento Suplementar para 2020, que é entrega no mesmo dia no parlamento. A proposta reforça o orçamento do SNS e contempla um apoio à TAP.

10 jun - O Dia de Portugal é assinalado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, com apenas dois oradores e seis convidados. Marcelo Rebelo de Sousa diz que é tempo de Portugal acordar para a nova realidade e fazer as mudanças que se impõem.

15 jun - Terminam restrições especiais impostas na Área Metropolitana de Lisboa (AML) no âmbito da terceira fase de desconfinamento.

18 jun - O Governo aprova o prolongamento do 'lay-off' simplificado até final de julho e novos apoios às empresas até ao final do ano.

Identificado um primeiro caso de infeção no Lar de Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, um surto que vai causar grande polémica.

01 jul - Portugal passa a situação de alerta, exceto a AML, que permanece em estado de contingência. Dentro da AML, 19 freguesias de cinco concelhos permanecem em estado de calamidade, devido aos números elevados de infeções.

15 jul - A situação de calamidade é renovada em 19 freguesias da área metropolitana de Lisboa por mais 15 dias, assim como as de contingência na AML e de alerta no resto do país.

O primeiro-ministro diz que o país não aguenta um segundo confinamento.

Desde o início da pandemia registam-se 47.426 casos de infeção confirmados e 1.676 mortes.

30 jul - O Governo anuncia que as 19 freguesias da AML em situação de calamidade vão passar à situação de contingência. O CM aprova que bares e discotecas possam funcionar com as regras aplicadas a cafés e pastelarias.

O Governo autoriza também a retoma das modalidades desportivas de pavilhão, mas sem público.

03 ago - Portugal regista o primeiro dia sem vítimas mortais por covid-19 desde o início da pandemia.

12 ago - Arranca a fase final da Liga dos Campeões, disputada em Lisboa, sem público.

27 ago - O Governo anuncia que todo o território continental passa a situação de contingência a partir de 15 de setembro devido ao regresso às aulas e ao trabalho presencial.

04 set - Arranca a Festa do Avante, com a lotação máxima do recinto reduzida a um terço e depois de vários dias de polémica sobre a sua realização.

09 set - Portugal regista o maior número de contágios diários desde 20 de abril, com 646 novos casos. As autoridades de saúde justificam números com aumento da mobilidade.

10 set - CM aprova medidas a aplicar na situação de contingência, em que Portugal continental entra em 15 de setembro. Ajuntamentos e horários do comércio com limitações. Os recintos desportivos continuam sem público.

14 set - O ano letivo no ensino básico e secundário arranca com o regresso das aulas presenciais e obrigatoriedade de uso de máscara nas escolas e regras específicas de circulação e uso dos espaços.

15 set - Portugal continental entra em situação de contingência até 30 de setembro.

18 set - O primeiro-ministro convoca o gabinete de crise para reunião de urgência face ao aumento contínuo de novos casos diários.

Arranca a I Liga de Futebol, sem público nos estádios.

21 set - A DGS anuncia que passará a ser recomendado o uso de máscaras em espaços públicos movimentados.

24 set - O CM prolonga a situação de contingência em Portugal continental até 14 de outubro devido ao aumento de casos.

25 set - A Direção-Geral do Orçamento revela que a pandemia custou até ao final de agosto 2.521,7 milhões de euros ao Estado.

10 out - Nos números da pandemia atinge-se o número máximo de infeções diárias alguma vez registado, 1.646 novos casos.

13 out - A Federação Portuguesa de Futebol revela que o capitão da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo, testou positivo. Casos de jogadores de futebol, ou outros desportistas, infetados tornam-se habituais.

14 out - Portugal passa da situação de contingência para situação de calamidade, anuncia o primeiro-ministro em dia de reunião do Governo, justificando com a gravidade da evolução da pandemia.

São proibidos ajuntamentos de mais de cinco pessoas na via pública, e eventos familiares (como casamentos) não podem ter mais de 50 pessoas. Ficam também proibidos os festejos académicos.

António Costa anuncia que o Governo vai apresentar ao parlamento uma proposta para que seja obrigatório o uso de máscara na via pública e a utilização da aplicação 'stayaway' covid. A questão da obrigatoriedade da utilização da aplicação levanta polémica e o Governo retira a proposta.

22 out - Bate-se novo recorde de casos, 3.270. Os internamentos hospitalares também atingem em 24 horas os valores máximos registados desde março, num total de 1.365.

Em CM o Governo proíbe a circulação entre concelhos no continente no fim de semana do Dia de Finados. E decreta que os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, devido ao aumento de casos, tenham em vigor o dever de permanência no domicílio a partir do dia seguinte.

28 out - Passa a ser obrigatório o uso de máscaras e espaços públicos.

31 out - O Governo reúne-se durante todo o dia para avaliar a situação e anuncia o confinamento parcial em concelhos com mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. São abrangidos 121 municípios.

02 nov - O primeiro-ministro propõe ao Presidente da República um estado de emergência de "natureza preventiva", mais limitado do que os anteriores, mas mais longo.

05 nov - O Presidente da República propõe ao parlamento a declaração do estado de emergência em Portugal entre 09 e 23 de novembro, o qual permite restrições à liberdade de deslocação e recurso ao setor privado da saúde. O projeto permite também impor controlos de temperatura corporal e testes de diagnóstico do vírus.

07 nov - Portugal atinge um novo máximo de casos diários de covid-19 ao contabilizar mais 6.640 infeções nas últimas 24 horas. Foram registados 56 óbitos o que totaliza 2.848 desde o início da pandemia.

08 nov - O Governo aprova em CM extraordinário a possibilidade de exigir testes rápidos à covid-19 em estabelecimentos de saúde, lares, escolas, prisões e nas chegadas a Portugal por via aérea ou marítima. O primeiro ministro diz que dois terços dos contágios acontecem em contexto familiar e que as escolas representam 03% dos contágios.

09 nov - Decretado a partir deste dia o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos 121 municípios mais afetados. No fim de semana o recolher obrigatório nesses concelhos é a partir das 13:00.

12 nov - O primeiro-ministro anuncia o encerramento do comércio e restauração às 13:00 nos dois fins de semana seguintes e explica que a abertura dos estabelecimentos só pode ocorrer a partir das 08:00. "A regra é tudo fechado", disse.

13 nov - A ministra da Saúde diz que dos 3.250 mortos por covid-19 desde o início da pandemia 1.090 estavam em lares de idosos.

17 nov - Entra em vigor nos Açores a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços e vias públicas por pessoas com mais de 10 anos.

A Assembleia da República adota novas medidas de funcionamento com apenas um quinto dos deputados presencialmente nos plenários.

19 nov - O Presidente da República propõe ao parlamento renovar a declaração do estado de emergência em Portugal, de 24 de novembro até 08 de dezembro. O projeto permite o confinamento compulsivo de pessoas infetadas ou em vigilância ativa, assim como o encerramento total ou parcial de estabelecimentos, serviços e empresas. Permite também medidas restritivas por grupos de municípios, incluindo a proibição da circulação em determinados períodos ou dias da semana.

20 nov - O parlamento autoriza a renovação do estado de emergência. Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país, diz que não hesitará em prolongá-lo o tempo que for necessário.

21 nov - Passa a ser obrigatório o uso de máscara nos locais de trabalho. O Governo anuncia também que a circulação entre concelhos vai ser proibida nos fins de semana prolongados, e impõe restrições no comércio e restauração para o mesmo período.

24 nov - Portugal ultrapassa os 500 internamentos emunidades de cuidados intensivos de pessoas diagnosticadas com covid-19, tendo igualmente subidopara 3.275 os internamentos em enfermaria, segundo a DGS.

02 dez - A ministra da Saúde anuncia a compra de mais de 22 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, que devem começar a chegar em janeiro e que serão gratuitas e facultativas.

03 dez - A DGS diz que a epidemia de Covid-19 atingiu o pico da sua incidência em Portugal no dia 25 de novembro, verificando-se uma tendência de descida.

É apresentado o plano de vacinação, coordenado por Francisco Ramos. Os grupos prioritários serão pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais. Numa primeira fase serão vacinadas 950 mil pessoas. O plano pode sofrer "imponderabilidades externas", avisa António Costa.

O Presidente da República envia para o parlamento o projeto de decreto que renova o estado de emergência de 09 a 23 de dezembro, mas anuncia já nova renovação até 07 de janeiro de 2021. É aprovado no dia seguinte.

05 dez - A circulação entre concelhos será permitida entre 23 e 26 de dezembro, ena véspera e no dia de Natal poderá circular-se na via pública até às 02:00, anuncia o primeiro-ministro. Há mais facilidades na restauração no Natal e Ano Novo mas até ao Natal há novas proibições de circulação nos fins de semana em concelhos de risco.

06 dez - O Presidente da República promulga o decreto do Governo que regulamenta a prorrogação do estado de emergência até 23 de dezembro.

07 dez - Portugal ultrapassa as cinco mil mortes relacionadas com a pandemia de covid-19.

10 dez - CM aprova pacote de medidas de apoio as empresas.

17 dez - O Presidente da República decreta a renovação do estado de emergência por mais 15 dias, até 07 de janeiro, e pede aos portugueses bom senso na celebração do Natal.

O primeiro-ministro anuncia que as celebrações do Ano Novo são totalmente cortadas, mas mantém-se os horários da restauração no Natal.

20 dez - O Governo decreta restrições à entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, só permitida a nacionais ou legalmente residentes, devido a nova variante da covid-19, mais transmissível, detetada no país.

21 dez - A Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprova a utilização da vacina da Pfizer-BionNTech contra a covid-19.

22 dez - O parlamento aprova o diploma do PSD que renova por mais três meses o uso obrigatório de máscara em espaços públicos.

27 dez - O plano nacional de vacinação contra a covid-19 arranca no Hospital de São João, no Porto.

29 dez - Portugal ultrapassa os 400 mil casos de infeção por covid-19. No mês de dezembro o número diário de mortes oscilou entre os 50 e os 90 e as infeções entre as duas e as quatro mil.

04 jan - Começa em Mação a vacinação nos lares de idosos do continente.

05 jan - O CM dá parecer favorável ao decreto presidencial que propõe a renovação do estado de emergência, de oito a 15 de janeiro. O Presidente propõe a renovação ao parlamento, que a aprova no dia seguinte.

06 jan - A EMA aprova a utilização da vacina da farmacêutica Moderna contra a covid-19 na UE.

08 jan - Portugal tem valores recorde, com 118 mortos e 10.175 infeções num só dia.

09 jan - O Presidente da República diz que não há alternativa a um confinamento geral a partir da próxima semana.

12 jan - António Costa fala de um confinamento geral de um mês após participar em reunião para avaliar situação.

O Presidente da República propõe ao parlamento modificar o estado de emergência em vigor e renová-lo por mais quinze dias, até 30 de janeiro. No diploma salvaguarda a livre circulação no dia das eleições presidenciais, e prevê votação nos lares de idosos.

13 jan - O parlamento aprova a renovação do estado de emergência até 30 de janeiro e o Presidente decreta a nova medida.

No final de uma reunião do CM o primeiro-ministro anuncia que as escolas se mantêm abertas, mas que o país regressa ao dever de recolhimento domiciliário em moldes idênticos aos de março e abril de 2020.

16 jan - Portugal contabiliza 166 mortes e 10.947 novas infeções em 24 horas. O hospital da Santa Maria, em Lisboa, está em "sobre-esforço" e o hospital Garcia de Orta, em Almada, em "cenário de pré-catástrofe", anunciam os responsáveis das unidades. Os hospitais de região Centro estão também praticamente no limite.

18 jan - Portugal é o país do mundo com maior número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus por milhão de habitantes, segundo "sites" estatísticos. O número de concelhos em risco extremo devido ao número de casos de covid-19 quase triplicou nos primeiros 12 dias de janeiro.

O Governo anuncia o encerramento das universidades seniores, centros de dia e de convívio, de novo a proibição de circular entre concelhos nos fins de semana, e o fim de vendas ao postigo na restauração. As escolas continuarão abertas.

21 jan - O Governo anuncia o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino por 15 dias, para tentar conter o crescimento da pandemia. Os tribunais, as lojas do cidadão, as creches e os ateliers de tempos livres também voltam a encerrar.

A Conferência Episcopal Portugal (CEP) suspende as missas e outras atividades pastorais.

24 jan - Eleições presidenciais. Portugal regista mais 275 mortes.

27 jan - Hospital Amadora-Sintra transfere doentes para outros hospitais na sequência de problemas na rede de oxigénio medicinal.

O Governo suspende voos de e para o Brasil, devido à deteção de uma nova estirpe de covid-19 no país.

O Presidente da República propõe ao parlamento a renovação do estado de emergência por mais quinze dias, até 14 de fevereiro. O projeto permite suspender ou limitar chegadas a Portugal e a mobilização de profissionais de saúde reformados, reservistas ou formados no estrangeiro.

28 jan - O parlamento aprova a renovação do estado de emergência e o Presidente decreta a renovação até 14 de fevereiro.

O CM aprova medidas de limitação de circulação para fora do país e dentro o território e repõe controlo das fronteiras terrestres. Decide que a aulas recomeçam a 08 de fevereiro em regime não presencial e mantém todas as restrições em vigor nos últimos 15 dias. Aprova também a possibilidade de contratação de médicos e enfermeiros formados no estrangeiro.

A Assembleia da República volta a realizar apenas um plenário por semana.

Surgem as primeiras notícias de utilização indevida de vacinas, dadas a pessoas não incluídas nos grupos prioritários.

Portugal tem, em 24 horas, mais 303 mortes relacionadas com a covid-19 e 16.432 casos de infeção. É o máximo alguma vez registado.

29 jan - A EMA aprova a utilização da vacina da farmacêutica AstraZeneca.

03 fev - Chega a Portugal uma equipa clínica alemã, formada por 26 profissionais, para ajudar a conter a pandemia.

Demite-se o coordenador da 'task force' para o plano de vacinação, Francisco Ramos, substituído pelovice-almirante Henrique Gouveia e Melo.

08 fev - Os números de novas mortes e de infeções começam a baixar significativamente. Portugal tem mais 196 mortes e 2.505 casos de infeção. A pressão sobre os hospitais começa também a baixar, com menos internamentos e menos pessoas em cuidados intensivos.

10 fev - O Presidente da República propõe ao parlamento (que aprova no dia seguinte) a renovação do estado de emergência por mais quinze dias, até 01 de março. No projeto permite-se a venda de livros e materiais escolares e prevê-se um plano faseado para reabertura das escolas.

11 fev - O primeiro-ministro anuncia após reunião do CM que o nível de confinamento terá de ser mantido durante o mês de março (algo que o Presidente também diz no mesmo dia). António Costa diz também que Portugal vai receber menos de metade das vacinas contra a covid-19 que estavam previstas para o primeiro trimestre

17 fev - O Governo anuncia que pais com filhos na escola até ao final do 1º ciclo e as famílias monoparentais vão poder optar entre estar em teletrabalho ou receber o apoio à família.

19 fev - Mais de 40% das mortes em Portugal entre o fim de janeiro e o princípio de fevereiro foram atribuídas à covid-19, divulga o Instituto Nacional de Estatística.

Promotores de espetáculos e festivais pedem apoios. O setor cultural é dos mais afetados pela pandemia.

22 fev - Portugal regista 61 mortes relacionadas com a covid-19 e 549 novos casos de infeção, o número mais baixo desde 06 de outubro, segundo a DGS. Numa reunião que junta políticos e especialistas, no Infarmed, fala-se de uma "descida muito significativa e expressiva da incidência" de covid-19 e diz-se que o confinamento travou o crescimento exponencial da variante identificada no Reino Unido. Gouveia e Melo diz que a imunidade de grupo pode ser alcançada em agosto.

23 fev - A DGS divulga que perto de 250 mil portugueses já receberam as duas doses da vacina para a covid-19, o que corresponde a 03% da população.

24 fev - O Presidente da República propõe ao parlamento renovar o estado de emergência até 16 de março e defende que o futuro desconfinamento deve ser planeado por fases.

25 fev - O parlamento autoriza a renovação do estado de emergência. Numa comunicação ao país o Presidente da República diz desaconselhar um desconfinamento antes da Páscoa.

26 fev - Portugal regista 58 mortes e 1.027 novas infeções, o valor mais baixo de infeções desde outubro de 2020. O INE assinala uma "diminuição acentuada" de novos contágios desde fim de janeiro.

Após reunião do CM o Governo aprova o decreto regulamentar do estado de emergência sem alterações e mantém a situação de confinamento e de todas as medidas em vigor. O primeiro-ministro diz que apresentará a 11 de março um plano de desconfinamento, que será gradual.

Leia Também: Primeiro infetado chegou ao Porto entre "receio" e "sentido de missão"

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