Faz esta terça-feira, dia 2 de março, precisamente um ano que Portugal registou o seu primeiro caso de Covid-19. Com esta data bem presente na memória, o presidente da Associação dos Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia, fez hoje o balanço de um ano de pandemia, no programa ‘Esta Manhã’ da TVI.
O profissional de saúde começou por salientar que “muita coisa mudou” desde aquele dia. “As nossas rotinas ficaram viradas do avesso e estamos todos com muita expetativa que isso se possa resolver”, recordou, sublinhando, contudo, que “ainda vamos ter de conviver com o vírus algum tempo”, mesmo que seja em circunstâncias menos drásticas.
Para o médico, “é bem provável que aconteça o que aconteceu com o vírus Influenza, da pandemia de 2009 que hoje é um vírus sazonal, circula nos invernos”, ou seja, que o SARS-CoV-2 “assuma este tipo de comportamento”.
“É improvável que consigamos eliminar completamente o coronavírus”, esclareceu, acrescentando que há muitos fatores do vírus que ainda não conhecemos e que vão influenciar a forma como lidamos com ele.
Já sobre as novas estirpes do vírus, Ricardo Mexia disse que o surgimento destas não foi “nada inesperado” pois é “fruto desta enorme circulação”.
“Algumas não conferem nenhuma vantagem ao vírus e acabam por desaparecer e outras, aquelas que são as variantes de interesse, que ou dão maior severidade ou têm maior índice de transmissibilidade podem condicionar a eficácia da vacina. Era, portanto, expetável que isto pudesse acontecer tal como acontece com a gripe. Todas as épocas nós temos estirpes diferentes a circular”, frisou.
Leia Também: Desconfinamento deve ser regrado e disciplinado, diz Ricardo Mexia