"Foi, como tinha sido há cinco anos, uma ocasião para ver como o Papa está atento a tudo. [...] Falou, como é evidente, da ida a Portugal em 2023, a Lisboa e a Fátima - acrescentou logo - nas Jornadas Mundiais da Juventude", disse o chefe de Estado.
Falando aos jornalistas portugueses em Roma, depois da audiência privada na Cidade do Vaticano, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que o encontro "correu muito bem porque deu, em primeiro lugar, para falar da visita histórica do papa Francisco ao Iraque, do seu significado, das perspetivas que se podem abrir não apenas em termos dos cristãos que vivem no Iraque, mas sobretudo da pacificação no Médio Oriente, que é um tema muito importante, com a nova administração americana e com a evolução recente naquela região do globo".
"Depois falou-se bastante da Europa, da União Europeia nesta fase da vida, da pandemia, da crise económica e social, da recuperação", assinalou.
Notando que o sumo pontífice está em "grande forma física e psíquica", Marcelo Rebelo de Sousa relatou que o papa está, ainda assim, "naturalmente preocupado com os efeitos sociais da crise" gerada pela pandemia de covid-19.
"Também se falou de África e a Santa Sé acompanha meticulosamente o que se passa na CPLP e em, particular, o que se passa em Moçambique, e falámos da América Latina e, em particular, da Venezuela", adiantou.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi esta manhã recebido em audiência privada pelo papa Francisco, na Cidade do Vaticano, em Itália, cumprindo a tradição de há cinco anos, quando também se deslocou à Santa Sé.
O chefe de Estado precisou à imprensa que ofereceu ao papa uma obra sobre a igreja de São de Roque, enquanto Francisco lhe ofereceu "uma lembrança por antecipação do oitavo ano do seu Pontificado, uma imagem e várias obrigas [...] devidamente autografadas".
Reeleito nas eleições presidenciais de 24 de janeiro passado à primeira volta, com 60,67% dos votos expressos, Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse para um segundo mandato perante a Assembleia da República na terça-feira, numa cerimónia com assistência reduzida, devido à covid-19, em que o núncio apostólico, embaixador da Santa Sé em Portugal, representou todo o corpo diplomático.
No seu primeiro mandato, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a estar com o papa Francisco em maio de 2017, aquando da sua visita apostólica de menos de 24 horas a Portugal, por ocasião do centenário de Fátima, que disse acompanhar como Presidente e "como peregrino".
Em janeiro de 2019, participou no Panamá na Jornada Mundial da Juventude, com o papa Francisco, e após ser anunciado que a próxima edição deste encontro católico seria em Portugal, em 2022, assumiu "uma grande vontade" de se recandidatar a Presidente da República para estar em funções nessa ocasião.
Leia Também: Marcelo chega ao Vaticano para ser recebido pelo Papa Francisco