Começando por referir que o número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus desceu porque o país esteve em "confinamento duro", Paulo Portas alertou que Portugal dá o passo do desconfinamento num momento em que há 18 países na Europa que estão a "dar sinais de problema". Nesse lote de países estão, por exemplo, a Itália, a França, Suécia, Eslováquia e Hungria.
No seu espaço de comentário, na TVI, o centrista mostrou-se preocupado com o facto de o país estar - "misteriosamente e de uma forma muito perigosa" - a baixar o número de testes à Covid-19.
Neste ponto, Paulo Portas lembrou que a regra da Direção-Geral de Saúde sobre a testagem em massa está em vigor desde o dia 11 de fevereiro. "Cuidado", alertou.
"Todos nós sabemos que havendo confinamento haverá necessidade de menos testes. A este nível é que eu acho que é preciso colocar a estratégia de testagem em massa em vigor", defendeu, sublinhando que, caso contrário, "podemos estar a criar, para nós próprios, uma ilusão".
Sobre o plano de desconfinamento, que arranca esta segunda-feira, dia 15, o comentador da TVI analisou que este tem "coisas boas" e algumas situações em que a malha está "pouco apertada". Paulo Portas realçou o facto de o plano ser "mais objetivo" e de ser "faseado", o que torna "a vida das pessoas mais previsível".
Paulo Portas considera prudente a abertura dos primeiros níveis de ensino e que a solução para a Páscoa é "a retificação do que aconteceu no Natal". O comentador destaca ainda o facto de se estarem a usar critérios nacionais e não uma multiplicidade de critérios regionais.
Por outro lado, o centrista questiona se os critérios usados na avaliação quinzenal do desconfinamento (o R e o número de casos por 100 mil habitantes a 14 dias) serão suficientes, mencionando o alerta feito por alguns epidemiologistas sobre a necessidade de se analisar, também, a taxa de positividade dos testes e a saúde, "o mantra de toda esta história".
O antigo líder do CDS resumiu aquela que, no seu entender, é a "chave" para que o desconfinamento corra bem: testar, rastrear, isolar e vacinar o mais depressa que se conseguir.
Por fim, o comentador mostrou-se crítico dos auto-testes, à venda nas farmácias desde sábado. "O Governo meteu-se numa coisa que eu acho um bocado bizarro: Numa operação de testagem, tirar o médico da frente, tirar o enfermeiro da frente, tirar o reporte à autoridade da saúde da frente.... Eu teria cuidado com isso", disse.
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