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Suspensão de vacina? "Decisão totalmente política" que terá um "custo"

Francisco Louçã debruçou-se esta sexta-feira sobre a suspensão da vacina da AstraZeneca em Portugal e noutros países europeus, uma decisão que acredita ter sido condicionada pela "ansiedade perante a opinião pública".

Suspensão de vacina? "Decisão totalmente política" que terá um "custo"

Francisco Louçã acredita que a decisão das autoridades portuguesas em suspender a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca, após identificação de algumas reações adversas, foi "totalmente política" e terá um "custo de confiança" junto da população.

Recorde-se que entre os 27 estados-membros da União Europeia 21 optaram por suspender a imunização com o fármaco, incluindo Portugal. A suspensão, porém, acabou por ser revertida na quinta-feira, após da Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter garantido a segurança e eficácia da vacina.

Sobre este processo, Francisco Louçã disse, no seu espaço de opinião da SIC Notícias, que a gestão portuguesa foi “como a de outros países”: “Péssima.”

“Eu percebo que os governos estão muito pressionados com opinião pública e que há uma regra de prudência sempre que há evidência razoável que tenha de ser verificada. Nada disso aconteceu nesta suspensão”, explicou.

No entender do ex-coordenador do Bloco de Esquerda, tratou-se de “uma decisão totalmente política e totalmente condicionada pela ansiedade perante a opinião pública”. O efeito, todavia,  foi “exatamente contrário”, contribuindo para “aumentar a desconfiança e aumentar a perturbação das populações perante a incerteza das atuações”.

Tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) como a EMA explicaram que o número de casos onde se verificaram eventos trombóticos ou embolias pulmonares após administração da vacina da AstraZeneca está "em linha com o número esperado de diagnósticos deste distúrbio", ou seja, não se verificou maior incidência destes eventos por causa da vacina, afastando, à partida, a hipótese de causalidade.

Conforme explicou o comentador, estava em causa perceber “se a média das pessoas que têm a patologia corresponde ou não à média da patologia noutras pessoas [não vacinadas], e aparentemente corresponde”.

“Se não acontece nada disto é um pânico tonto, não tem sentido”, acrescentou Louçã, referindo, ainda, que a decisão “dá um sinal à população de que as autoridades estão a jogar, não sabem o que fazer e que a vacina se calhar é problemática”, algo que virá a ter “um custo de confiança”.

Vários líderes governamentais, como a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, ou o primeiro-ministro francês, Jean Castex, cujos países decidiram pela suspensão temporária, estão agora a anunciar que serão imunizados com a vacina da farmacêutica anglo-sueca. 

“Estão todos a tentar tapar o problema que criaram”, reagiu o conselheiro de Estado. “Não agiram nem racionalmente do ponto de vista político, nem racionalmente do ponto de vista médico e científico”, acrescentou, sublinhando que “vai haver muitas pessoas com medo”, o que, “em alguns países, é devastador”.

Leia Também: Infarmed atualiza recomendações para quem toma vacina da AstraZeneca

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