O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, encerrou o debate na Assembleia da República sobre o 14.º Estado de Emergência.
O governante começou a sua intervenção relembrando que, "há sensivelmente um ano", no dia 18 de março de 2020, discutia-se o primeiro Estado de Emergência.
Mais de 12 meses depois, Cabrita salientou que continua a ser necessário "convergência e resiliência" nas medidas adotadas pelo Governo para Portugal conseguir vencer a pandemia da Covid-19.
"Estamos perante o maior desafio de coesão nacional, de união europeia, de capacidade de nos unirmos na defesa da Saúde Pública e dos valores democráticos", sublinhou, aproveitando para fazer um "apelo à convergência e resiliência em torno de medidas que estão a provar que têm sentido e dão resultado".
Pandemia "não terminou"
Apesar de admitir que, "hoje, pela primeira vez, estamos melhor do que no dia homólogo de há um ano", o ministro frisou que a pandemia "não terminou". Por isso, prosseguiu, "temos de nos mobilizar para que, na próxima quinzena, que é decisiva, provarmos a nossa capacidade de resiliência e afirmar resultados que nos permitirão, a seguir à Páscoa, que o 2.º e 3.º ciclo possam ter aulas, abrir esplanadas e lojas de bairro".
"Só esta convergência estratégica e cooperação entre Presidente da República, mais de 80% da Assembleia da República, e o Governo é que nos permite quadro jurídico e institucional que permite adoção de medidas que nos levar a este resultado", realçou Eduardo Cabrita, transmitindo que "depende de todos nós" continuar a desconfinar tal como está calendarizado e sem percalços.
"Isso depende de todos nós, isto não terminou, isto depende fundamentalmente do que fizermos nos próximos dias até à Páscoa. Por isso, queria demonstrar a minha confiança nos portugueses, nas autoridades de saúde e nas forças de segurança", afirmou.
"O nosso caminho é com a Europa"
Sobre os testes, o ministro assumiu o "desafio tremendo" do Governo em dar resposta à "testagem massiva" aos municípios com mais de 120 casos por 100 mil habitantes.
Já sobre a vacinação, Cabrita deixou uma questão: "Gostaria de saber qual é o grupo parlamentar que acha que estaríamos melhor se estivéssemos ao lado daqueles que queriam quebrar a unidade europeia e que sozinhos estivéssemos a negociar vacinas?".
"O nosso caminho é com a Europa", disse, acrescentando que foram tomadas "no tempo próprio, as medidas necessárias" para combater o aumento de casos de Covid-19 e lamentando que alguns partidos pareçam estar "desgostosos" com essa capacidade de resposta.
"Em janeiro passamos pelo momento mais difícil desta pandemia, os dados correspondentes a todo o mês de fevereiro provam exatamente que tínhamos razão: Presidente da República, Assembleia da República e Governo na forma como tomamos no tempo próprio as medidas necessárias", precisou.
O ministro reconheceu ainda "o esforço dos portugueses que permitiu este resultado", bem como o esforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de todos os profissionais de saúde e daqueles que estão na primeira linha de resposta, como bombeiros e forças de segurança, Forças Armadas e estruturas da segurança social.
Eduardo Cabrita destacou ainda que, durante o mês de fevereiro, foi possível "reduzir significativamente" o número de pessoas internadas em enfermarias e em unidades de cuidados intensivos e o número de novos casos diários de Covid-19.
"Os profissionais de saúde estiveram onde era preciso sem rejeitar esforços. As forças de segurança responderam", reiterou o ministro, sublinhando que o processo de vacinação criou a proteção necessária nos lares idosos, nos profissionais de saúde e permitiu chegar às funções essenciais do Estado, como bombeiros e polícias.
Na próxima semana "não haverá viagens turísticas"
Antes de terminar, o ministro Cabrita garantiu ainda que os apoios extraordinários já foram atribuídos a 672 mil portugueses e esclareceu que "na próxima semana não haverá viagens turísticas e só serão admitidos aqueles que se deslocam em deslocações essenciais".
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