Após a polémica nas redes sociais, e do silêncio nas várias tentativas de contacto feitas pela Junta da Póvoa de Varzim, a estilista norte-americana publicou esta quinta-feira um esclarecimento nas redes sociais em que começa por pedir "sinceras desculpas aos portugueses".
"Pedimos sinceras desculpas ao povo de Portugal - chegou ao nosso conhecimento que atribuímos erradamente um camisola Primavera 2021 como inspirada em Baja (México). Foi um erro não termos feito referência às bonitas e tradicionais camisolas de pescador representadas pela cidade da Póvoa de Varzim", pode ler-se na publicação.
Garantindo que o "erro está a ser corrigido", a marca assegura que irá agora não só "honrar a camisola, que foi inspirada nas tradições portuguesas", como "dar um novo reconhecimento a esta importante tradição", trabalhando "com o Município da Póvoa de Varzim", no sentido de "apoiar os artesãos locais".
A polémica surgiu pelo facto de a famosa e tradicional camisola dos pescadores poveiros estar a ser comercializada pela estilista norte-americana Tory Burch, como sendo de design próprio e por 695 euros, ou seja... dez vezes mais do que custa a original.
As evidentes semelhanças, desde os caranguejos e outros motivos marítimos até à coroa da monarquia portuguesa, ao centro, chamaram a atenção de vários internautas e a indignação tomou conta das redes sociais.
O presidente da Junta da Póvoa de Varzim revelou, esta manhã ao jornal Público, que chegou a enviar um e-mail ao departamento de desenvolvimento de novas criações da marca a questionar se teria havido algum erro, mas não obteve resposta. Ricardo Silva protestou ainda na página de Facebook da estilista, mas também sem sucesso. Até agora.
Importa, porém, salientar que além da camisola poveira, a estilista norte-americana tem também à venda no site da sua marca produtos muito semelhantes a produções nacionais, como peças de louça da Bordalo Pinheiro, originais da fábrica das Caldas da Rainha.
Eis um desses exemplos© Tory Brunch
[Notícia atualizada às 18h49]
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