No final da reunião do Infarmed desta terça-feira, a ministra da Saúde não revelou se o país avançará para a próxima fase de desconfinamento, limitando-se a assumir que, "naturalmente, já estivemos perante uma situação epidemiológica mais favorável. Estávamos há 15 dias, estávamos há um mês".
Após a reunião entre especialistas e políticos, que versou sobre a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, "vai seguir-se um conjunto de contactos e de trabalhos, quer dos partidos, quer do Governo, no sentido de tomar as melhores decisões".
Recordou, neste sentido, a governante que a "estratégia de desconfinamento aprovada pelo Conselho de Ministros era gradual, deliberadamente progressiva e de ritmo lento", por forma a "adequar as medidas às situações epidemiológicas".
O Executivo irá, agora, "procurar continuar o equilíbrio entre aquilo que é o avançar, que queremos que seja o mais rápido possível, do processo de vacinação e o ganhar tempo que nos permitem as medidas de saúde pública".
Com base nos dados apresentados nesta 19.ª sessão do Infarmed, o Conselho de Ministros vai "apreciar todos os números" e estes "dias que estamos a viver são decisivos para que se consolidem tendências e para que possamos tomar decisões para o período, a partir de dia 19 [de abril], para o qual estava previsto um conjunto de decisões, mas que na nossa estratégia gradual e progressiva, a um ritmo de acordo com o risco que enfrentamos, poderá ter paragens ou avanços".
Questionada relativamente a uma reestruturação do Plano de Vacinação contra a Covid-19, a ministra com a pasta da Saúde detalhou que "vamos entrar numa fase em que a celeridade é também um aspeto importante. Estamos a ter - e vamos ter nas próximas semanas - quantidades cada vez mais significativas de vacinas".
E perante o facto de "sabermos que, se vacinarmos as pessoas com mais de 60 anos, conseguiremos ter um impacto estimado da redução da mortalidade de mais de 96%, naturalmente que a abordagem por grupos etários será a prioritária".
Essa abordagem "terá de ser sempre combinada com uma quantidade de situações de doenças específicas que terão de ser prevenidas".
Já as escolas, vincou também em declarações aos jornalistas, "são a nossa preocupação na medida em que são o aspeto social que mais queremos proteger. Temos procurado, nas últimas semanas, desde o início do processo de desconfinamento, realizar esse processo com maior garantia de segurança", que passa pelas campanhas de testagem.
Os diversos aspetos elencados hoje na reunião com especialistas, nomeadamente o facto de ter aumentado a incidência da doença nas crianças com menos de nove anos, leva o Governo a olhar para as escolas "com muita atenção".
O regulador do medicamento (FDA) e o Centro para Prevenção e Controlo de Doenças (CDC) decidiram, esta terça-feira, suspender temporariamente a vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson devido a coágulos sanguíneos detetados em pacientes imunizados.
Marta Temido preferiu não se alongar sobre o tema, alegando que "é prematuro falar sobre a notícia da qual só tivemos conhecimento pela comunicação social. Essa vacina não foi ainda iniciada no território da União Europeia. Estamos a receber as primeiras doses esta semana".
Porém, a ministra reiterou que "a vacina é a nossa melhor arma no longo prazo para sairmos desta doença" e apelou a que se mantenha a confiança "nas autoridades reguladoras para continuarem a identificar reações adversas e prosseguirmos a aplicação dos planos de vacinação".
De salientar ainda que, fazendo um balanço dos dados avanços na reunião do Infarmed, a governante admitiu que "a situação [do país] alterou-se nos últimos 15 dias". Apesar da "alteração de tendência", devido ao R(t) "superior a 1", "a incidência mantém-se moderada", a nível do continente 68,4 e a nível nacional 71,5.
Recorde aqui a conferência de imprensa:
Em direto: Declaração após Reunião sobre Situação Epidemiológica em Portugal - Covid-19 https://t.co/2BSIJWN0UR
— República Portuguesa (@govpt) April 13, 2021
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