"A situação crítica é agora, é agora que estamos a desconfinar, é agora que temos de aumentar muito a capacidade de resposta da saúde pública, é agora que temos de aumentar a testagem em massa e de forma regular", disse Miguel Guimarães aos jornalistas, à margem de uma cerimónia de entrega da Bolsa de Investigação D. Manuel de Mello, no Porto.
Para Miguel Guimarães, testar de forma regular poderá ser testar de três em três semanas ou uma vez por mês.
"Não pode ser hoje e daqui a cinco ou seis meses, daqui a seis meses, espero eu, já teremos imunidade de grupo", frisou.
O bastonário da OM lembrou a importância da testagem regular em locais em que a propagação da infeção pode ser mais forte, nomeadamente em algumas escolas, defendendo que é fundamental que se faça testagem em massa não só dos professores, mas dos alunos, para ser mais fácil controlar rapidamente possíveis pessoas infetadas e separá-las das que não estão infetadas.
"Se fizermos isso vamos conseguir manter o desconfinamento com números absolutamente aceitáveis para aquilo que queremos", considerou.
Contudo, disse, a testagem dever ser organizada e planeada e não "feita à sorte", levantando dúvidas sobre os autotestes.
"A questão dos autotestes levanta muitas dúvidas e vai levantar imensos problemas, primeiro pelo tipo de testes que são realizados que têm bastantes falhas e, depois, pelo facto de as pessoas poderem ou não reportar os resultados", considerou.
Miguel Guimarães comparou os autotestes à aplicação `Stayaway Covid´ que, entendeu, poderia funcionar se as pessoas cumprissem e comunicassem os resultados.
O bastonário da Ordem dos Médicos alertou ainda que as pessoas que estão vacinadas têm de manter as medidas de proteção individual e coletiva, como a utilização de máscara, o distanciamento social e higienização das mãos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.046.134 mortos no mundo, resultantes de mais de 142,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.952 pessoas dos 832.255 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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