O Governo tem de "ter uma atenção redobrada com os que estão em circunstâncias mais frágeis" no âmbito da pandemia de Covid-19. As palavras são da ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que marcou presença no debate sobre política setorial, no Parlamento, esta quarta-feira.
A crise "tem impactos muito diferenciados em função do estado de saúde, (...) da situação económica de cada um e (...) das desigualdades estruturais da sociedade". Com efeito, sublinhou a governante, "temos de ter uma atenção redobrada para com os que que estão em circunstâncias mais frágeis. Cabe-nos agir para minimizar as consequências da crise, desde logo na proteção das vítimas de violência doméstica, cuja vulnerabilidade foi agravada no ano de restrições que atravessámos".
A pensar nas vítimas de violência doméstica, o Governo planeou o alargamento e diversificação dos canais de atendimento, criou novas respostas de acolhimento de emergência e desenvolveu várias campanhas de sensibilização.
Considerando que "as mulheres são os grupos mais afetados pela atual crise" foram incluídas no Plano de Recuperação e Resiliência "medidas de promoção da igualdade entre mulheres e homens, que vão desde as novas respostas sociais que permitem melhor conciliação entre a vida pessoal, profissional e familiar, a medidas de apoio ao emprego que majoram o apoio ao sexo sub-representado, e medidas que garantem o equilíbrio de género no que respeita à formação nas áreas digitais".
A governante destacou ainda que o Governo continuou a implementar políticas pensadas antes da pandemia, nomeadamente o Plano Anual de Formação Contínua e o Plano Nacional de Combate ao Racismo e à Discriminação.
"Esta estratégia vem dar resposta à necessidade há muito sentida de conjugar o repúdio da discriminação formal com o desenvolvimento de um programa de combate às desigualdades estruturais e de promoção da mobilidade social. O objetivo é que este seja um verdadeiro instrumento de transformação coletiva e de reforço da coesão social", vincou.
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