DGS publica norma: Portugal vai administrar vacina da J&J a maiores de 50
Direção-Geral de Saúde divulgou esta sexta-feira a norma relativamente à utilização da vacina da Johnson & Johnson, momentos depois de o secretário de Estado ter anunciado que o fármaco seria administrado apenas a maiores de 50.
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País Pandemia
Em Portugal, recomenda-se, à data, que a vacina da Johnson & Johnson "seja utilizada em pessoas com 50 ou mais anos de idade", refere a DGS na norma publicada esta sexta-feira. "Os estudos em curso e os dados que continuam a ser analisados pela Agência Europeia de Medicamentos podem justificar a revisão desta recomendação a qualquer momento", pode ler-se.
As pessoas com menos de 50 anos de idade, que assim o desejem podem ser vacinadas esta vacina (a única com unidose), "desde que sejam devidamente informadas sobre os benefícios e os riscos, e concedam expressamente o seu consentimento informado", frisa a autoridade de saúde nacional.
Em declarações aos jornalistas, na manhã desta sexta-feira, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, já tinha avançado que esta tinha sido a decisão da DGS. "Estes planos são ajustáveis e têm sempre uma adaptação permanente, progressiva, àquilo que a Ciência nos vai dando", acrescentou.
A DGS informa que a experiência com a utilização da vacina da Janssen em mulheres grávidas é "limitada" e que "estudos em animais não indicaram efeitos negativos no feto ou na grávida". Nesse sentido, "se os benefícios esperados ultrapassarem os potenciais riscos para a mulher, a vacina poderá ser considerada, por prescrição do médico assistente". Além disso, acrescenta-se, "não é necessário evitar a gravidez após a vacinação".
Por outro lado, "desconhece-se se a vacina é excretada no leite humano, no entanto, por ser uma vacina de um vetor viral geneticamente modificado sem capacidade replicativa, não é expectável a existência de efeitos adversos na criança amamentada, à semelhança das vacinas inativadas". Assim, as mulheres a amamentar pertencentes a grupos de risco podem ser vacinadas e não se recomenda parar a amamentação antes ou depois da vacinação.
Comos todos os fármacos, a vacina da J&J apresenta efeitos adversos após a sua administração, que vão desde os muito frequentes, os frequentes, os pouco frequentes, raros e aos muito raros.
As reações mais frequentes são consideradas ligeiras ou moderadas em intensidade e "resolvidas alguns dias após vacinação": dor no local da injeção, cefaleias, fadiga, mialgias, náuseas.
Foram notificados casos graves e muito raros de trombose em combinação com trombocitopenia na fase pós-comercialização desta vacina. Estes casos incluem tromboses venosas tais como trombose dos seios venosos cerebrais, trombose da veia esplâncnica, bem como trombose arterial, refere ainda a DGS.
No dia 20, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que há uma possível relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da Janssen, na sequência de terem sido registados oito casos de pessoas que desenvolveram coágulos sanguíneos em quase sete milhões de pessoas vacinadas nos EUA.
Um dia depois, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse não haver qualquer restrição à utilização da vacina da Janssen em Portugal, uma vez que o plano de vacinação está atualmente focado nos mais de 70 anos.
Marta Temido disse na altura que as autoridades nacionais vão seguir as recomendações da Agência Europeia de Medicamentos e que aguardavam a análise da comissão técnica de vacinação.
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