Segundo o investigador, o objetivo da expedição científica é "efetuar descobertas e contribuir para um melhor conhecimento do património natural dos Açores e das políticas de gestão e conservação" do espaço marítimo açoriano.
A apresentação da expedição intitulada "iMar: Avaliação integrada da distribuição dos Ecossistemas Marinhos Vulneráveis ao longo da dorsal médio-atlântica na região dos Açores" decorreu hoje na cidade da Horta, Faial, e foi transmitida nas redes sociais.
A expedição irá sair na tarde de terça-feira do porto da Horta, a bordo do navio de investigação Pelagia do Real Instituto Holandês para a Investigação do Mar.
Segundo Telmo Mourato, uma das "principais atividades" da expedição é "contribuir para cartografar estudos marinhos ao longo da dorsal médio-atlântica", estando previstas 80 horas de cartografia e 130 horas de recolha de imagem de vídeo.
A informação recolhida, disse, irá permitir "identificar áreas com potencial para a conservação" e contribuir com "informação" para a implementação de "políticas de conservação do património natural".
"Vamos ter 17 dias de mar, onde durante estes 17 dias vamos visitar 11 áreas diferentes ao longo da dorsal médio-atlântica. É uma equipa composta por 16 investigadores, mas, infelizmente, devido à pandemia [de covid-19], vão ser apenas cinco que vão ter a felicidade de estar a bordo", declarou.
A expedição pretende cartografar os fundos marinhos e caracterizar as comunidades de peixes, corais e esponjas ao longo da dorsal médio-atlântica.
A investigação pretende ainda identificar áreas que se possam enquadrar na definição de ecossistemas marinhos vulneráveis e quantificar o lixo marinho presente naqueles espaços.
Na apresentação da iniciativa, o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, através de uma mensagem de vídeo, enalteceu a importância da investigação para o conhecimento do mar profundo dos Açores e reforçou a posição do Governo da República quanto à aposta nas ciências do mar.
O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, elogiou os objetivos da investigação e destacou a importância de se conhecer o "fundo do mar profundo" para implementar políticas sustentáveis.
"O mundo tem uma especial sensibilidade para a sustentabilidade ambiental de forma particular e os Açores são um exemplo nesta matéria, mas podemos, ainda assim, fazer mais e melhor", assinalou.
A expedição é financiada pelo programa Sea Oceans e é liderada por Telmo Morato, em conjunto com os organismos Imar -- Instituto do Mar e centro Okeanos da Universidade dos Açores.